Bloco de Esquerda considera declarações de Pedro Calado "incompatíveis com a função de governante"
No âmbito de iniciativa política levada a cabo esta terça-feira pelo Bloco de Esquerda (BE), no bairro da Nazaré em São Martinho, a Coordenadora Regional do BE-Madeira, Dina Letra demonstra a preocupação do BE para com as declarações do vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado.
Em causa estão "pequenos apoios" que algumas famílias beneficiam.
Todos nós sabemos os efeitos devastadores que esta pandemia tem causado na nossa economia e das suas repercussões dramáticas para muitas famílias, algumas já com dificuldades financeiras, mas muitas da classe média, casais jovens e com filhos, com actividades ligadas directa ou indirectamente ao turismo, e que devido à perda de rendimentos causado pelo lay-off ou pelo encerramento das empresas não tiveram outra solução senão recorrer a ajudas e mesmo ao apoio alimentar. Dina Letra, Bloco de Esquerda Madeira.
A porta-voz destaca a preocupação do BE "com as recentes declarações do vice-presidente e candidato do PSD à CMF, que identificou estes pequenos apoios como um dos problemas da subsidiodependência, que quer acabar"
Para o Bloco de Esquerda, as declarações de Pedro Calado demonstram incompatibilidade com a função de governante.
Em 1.º lugar revela um total desconhecimento da realidade e das dificuldades em que vive uma grande parte da população da cidade do Funchal e da RAM; Em 2º lugar discrimina e lança mais 1 estigma sobre uma franja da população que já sofre graves desigualdades sociais, sejam elas estruturantes ou circunstanciais, quando diz que são todos uns malandros e não querem trabalhar - um governante governa para todas e todos os cidadãos e não apenas para as elites; Em 3 º lugar revela que não tem soluções para combater a pobreza, a exclusão social e o desemprego preferindo tomar as bandeiras e fazer um discurso que agrade aos seus apoiantes da extrema direita do que procurar resolver os problemas que afligem milhares de Madeirenses e Porto-Santenses.
O BE-M considera que o que deve ser corrigido "são as políticas que conduziram a população a terem de recorrer a ajudas para poderem sobreviver, e trabalharemos na procura de soluções para combater esse flagelo".