Candidato à Câmara do Porto Santo quer dar "chapada de luva branca ao poder da Madeira"
Luis Bettencourt encabeça o movimento independente de cidadãos Uma Nova Esperança (UNE)
Um comerciante, sem qualquer experiência política, encabeça o movimento independente de cidadãos Uma Nova Esperança (UNE) à Câmara do Porto Santo para "dar uma chapada de luva branca ao poder da Madeira" incapaz de promover o desenvolvimento da ilha.
"A minha vitória em outubro [nas eleições autárquicas] será a vitória do povo do Porto Santo que vai dar uma chapada de luva branca ao poder da Madeira que quer tudo menos o desenvolvimento do Porto Santo", declarou Luis Bettencourt à agência Lusa.
O candidato do UNE, mais conhecido na ilha por Tatus, assumiu não ter experiência política e referiu que começou o projeto do movimento "há dois anos".
Contudo, acrescentou, apesar de não ter experiência política, tem "conhecimento de causa do que se passa no Porto Santo" e "luta com coração pelos interesses da população" da ilha.
Luis Bettencourt adiantou ainda que já conseguiu recolher "mais de 2.600 assinaturas, sem qualquer problema" para apresentar a candidatura do UNE e que está "confiante numa vitória" e tem "esperança que o povo vai dar uma oportunidade".
O cabeça de lista apontou que o principal problema da pequena ilha é os transportes, salientando que "infelizmente a Câmara Municipal não tem tutela nessa matéria".
"É muito importante que as pessoas percebam que o presidente da Câmara está muito limitado em relações de decisão sobre assuntos importantes do Porto Santo", sublinhou, acrescentando que existem "situações que ultrapassam a autarquia e, mesmo reivindicando, as coisas tornam-se difíceis".
"Se fossem fáceis não acredito que os outros autarcas também não as resolvessem", disse.
Por isso, Luis Bettencourt admitiu que não pode "cair agora de paraquedas" e prometer que vai resolver todos os problemas, visto que muitas das situações "passam por terceiros" que, na maioria das vezes desconhecem a realidade do Porto Santo, numa crítica à atuação dos governo regional e central.
O candidato indicou também que, tal como a Madeira, o Porto Santo também vive muito do turismo, enfatizando que "o madeirense é o principal afluente e o visitante que mais gasta na ilha, assim como o português".
"Mas, temos de canalizar para as alturas fracas, que é o inverno, o turismo nórdico" defendeu, assumindo ser "apologista que a Associação de Promoção da Madeira deve ter um representante do Porto Santo", para poder "mostrar aquilo que a ilha tem de bom".
"O Porto Santo transmite segurança, sossego, é uma ilha de limpeza como em poucas partes do mundo", afirmou, considerando incompreensível que, tendo "uma praia fabulosa" de areia fina e dourada, com uma extensão de nove quilómetros, não consiga competir com as Ilhas Canárias que "estão cheias de turistas em novembro e dezembro".
O candidato defendeu igualmente ser necessário "dar melhores condições" para quem vive e para quem visita, exemplificando com o facto da ilha não ter um mercado regional, as ruas emblemáticas estarem abandonadas e os miradouros necessitarem de intervenção, entre outras situações.
"Vamos primeiro limpar a casa e depois trazer as pessoas para cá", salientou o candidato do UNE que assegura não temer qualquer adversário nesta corrida eleitoral.
O Porto Santo, é a segunda ilha habitada do arquipélago da Madeira, tem 42,17 quilómetros de superfície e uma população residente de 5.483 pessoas (Censos 2011), sendo conhecida pela sua praia de areia amarela fina com uma extensão de nove quilómetros.
O executivo municipal é composto por cinco elementos, dois do PSD, dois do PS e outro do Movimento Mais Porto Santo, e foi presidido nos últimos quatro anos pelo social-democrata Idalino Vasconcelos.
Também já foram divulgadas as candidaturas autárquicas de Miguel Brito (PS), Nuno Batista (PSD/CDS), João Lizardo (CDU).
As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas por lei, têm de realizar-se em setembro ou outubro.