Esta nossa triste sina...
Uma vez mais e como é nosso apanágio, partimos para a última jornada de calculadora e terço nas mãos. Depois de um primeiro jogo que teve momentos desesperantes, mas que culminou com um final (bastante) feliz, Portugal foi ontem dizimado por uma Alemanha com o orgulho ferido, depois de uma derrota com a França resultante de um autogolo de Hummels. Desta vez coube-nos a nós a fava, com autogolos de Rúben Dias e Raphael Guerreiro. Mas os problemas defensivos da nossa seleção não estiveram assentes nesses momentos infelizes dos nossos jogadores, mas sim na incapacidade de toda a equipa, incluíndo Fernando Santos, de contrariar as investidas alemãs que passaram quase sempre por um nome que perdurará durante muito tempo na memória dos portugueses: Robin Gosens. O ala esquerdo alemão ameaçou logo no início com um golo que viria a ser anulado e, mesmo com a vantagem no marcador conseguida através de um belo contra-ataque finalizado pelo inevitável CR7, a tarde era mesmo de Gosens, que gozou de todo o espaço que lhe foi continuamente concedido ao longo dos 62 minutos que teve em campo para estar ligado diretamente a 3 dos 4 golos da sua equipa e criar mais algumas boas oportunidades. Um país inteiro duvidou das escolhas de um selecionador que dizia não ter medo dos alemães, mas a postura conservadora e passiva da equipa durante grande parte do jogo não foi condizente com estas declarações mas, como se costuma dizer, são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha. Resta-nos acreditar num resultado positivo com a atual campeã do mundo, ou recorrer à nossa fiel calculadora que tanto nos deu jeito em 2016. Será que iremos à lua?
Cláudio Silva