Iémen: Novos combates provocam dezenas de mortos em Marib
Novos combates entre as forças governamentais do Iémen e os rebeldes Houthis pela cidade estratégica de Marib, norte do país, provocaram ontem 47 mortos, incluindo 16 soldados e oficiais, indicaram fontes militares citadas pela agência noticiosa AFP.
Em simultâneo, a Arábia Saudita, que intervém militarmente no Iémen desde 2015 contra os Houthis, "intercetou" dez drones lançados pelos rebeldes em direção ao reino, segundo indicou a agência noticiosa saudita.
Estas últimos acontecimentos surgem no momento em que o emissário da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, reconheceu na terça-feira perante o Conselho de Segurança da ONU o falhanço dos seus esforços para pôr termo ao mortífero conflito no país, após os seus três anos de missão.
Os rebeldes, apoiados pelo Irão, tentam apoderar-se de Marib e dos campos petrolíferos circundantes, no último bastião das forças governamentais no norte do Iémen, após mais de seis anos de guerra que também provocou uma grave crise humanitária.
Segundo fontes militares pró-governamentais, os combates em Marib provocaram no sábado 47 mortos, incluindo 16 combatentes lealistas, incluindo seus oficiais. Os Houthis fornecem muito raramente o número de baixas nas suas fileiras.
Os esforços diplomáticos para obter um cessar-fogo e pôr termo a esta batalha que já provocou milhares de mortos intensificaram-se nas últimas semanas. Mas na ausência de progressos, os combates foram retomados com mais intensidade.
Através da sua cadeia televisiva Al Masirah, os rebeldes acusaram a Arábia Saudita de ter efetuado 17 ataques aéreos em diversas regiões da província de Marib.
Os últimos combates surgiram após o fracasso dos esforços das Nações Unidas, Estados Unidos e outros países da região para garantir um cessar-fogo no Iémen.
Os Houthis, que controlam a maioria do norte do Iémen e a capital Sanaa, exigem a Riade o fim do bloqueio aéreo e marítimo imposto ao seu país como condição prévia a um acordo de cessar-fogo.
Para além da sua ofensiva em Marib, os Houthis lançam regularmente mísseis e drones em direção ao território saudita, visando designadamente as suas instalações petrolíferas.
Ontem, a defesa aérea saudita assegurou ter "intercetado" e destruído 11 drones dos rebeldes, segundo a agência noticiosa oficial SPA, que citou um responsável da coligação militar liderada por Riade.
De acordo com diversas organizações humanitárias, a guerra no Iémen provocou dezenas de milhares de mortos. Mais de dois terços dos 30 milhões de habitantes, confrontados com crescentes riscos de epidemia e fome, despendem de ajuda internacional. Segundo a ONU, é hoje a pior crise humanitária no mundo.