Sargento baralhou
Se alguém à nossa volta sofre com alguma atitude menos correta, pode ser que mais tarde chegue a nossa vez de sofrer
As cenas caricatas que temos vindo a assistir na política nacional e regional só me fazem lembrar a canção do nosso Max, “o sargento baralhou” e não sei se rio, ou se choro e decido rir para não chorar. Porque como também nos aconselha Max, “vamos bailando, deixa as tristezas Maria. E só paras, quando chegarmos à romaria”.
Vai ser melhor concluirmos que os cérebros dalguns políticos foram afetados por um vírus maléfico incapacitante de raciocínio e de memória. Como desculpar tontices, trapalhadas, mentiras à descarada, redobras de carácter e consequente vergar de coluna vertebral, nepotismos, corrupção e infrações conexas, perseguições políticas e atentados contra a liberdade e a democracia? Pensam que isto só ocorre na China, Rússia, Venezuela ou países africanos? Olhem com atenção que isto ocorre em qualquer República das Bananas.
Como diz o povo, basta de “cramar”. É preciso ação! Se alguém à nossa volta sofre com alguma atitude menos correta, pode ser que mais tarde chegue a nossa vez de sofrer. Quem lutará por nós? Por isso, como portugueses que somos, não podemos aceitar que a Câmara Municipal de Lisboa tenha divulgado dados de manifestantes à embaixada da Rússia.
Eduardo Cabrita é um Ministro com enguiço, mas parece que está colado como lapa ao Governo. Após tantos escândalos, agora na passada 6.ª feira foi notícia que um homem morreu atropelado num acidente pela viatura em que viajava o ministro. Acidentes acontecem, mas a vizinha aqui do lado aconselha-o a ir à bruxa.
Por cá, as coisas não estão melhores. O CDS/PP nacional com o seu “Chiquinho” não tem a credibilidade para ser uma alternativa de poder. E a nível regional, a cúpula do CDS/PP está a deixar-se arrastar pelo PSD-Madeira, perdendo paulatinamente a sua matriz ideológica, anulando-se, e, consequentemente, não é uma alternativa para a população. Honra seja feita ao Presidente da Câmara Municipal de Santana, Dinarte Fernandes, que demonstra ter visão estratégica política e tem a coragem para concorrer sozinho.
Coragem que nem António Garcês, em São Vicente, nem Ricardo Nascimento, na Ribeira Brava tiveram. Ambos se associaram à máquina PSD para tentarem ganhar as próximas eleições autárquicas. Estariam com medo de não conseguir ser eleitos, ou está por debaixo da mesa contrapartidas com este acordo? O que não falta, neste país, é gente que negoceia proveitos próprios com os votos dos outros e esquecem-se que estão ao serviço dos cidadãos.
Caso mais gritante é o de Ricardo Nascimento que de “escorraçado” da Quinta Vigia, passou a “agachado” de quem lhe maltratou. Revelador do seu carácter e traz água no bico.
Somos livres das nossas decisões, mas já não somos livres das consequências dessas decisões. E, novamente, nas próximas eleições está na hora de premiar, ou castigar as atuais governações das câmaras.
Já para a Câmara Municipal do Funchal, o candidato do PSD-Madeira vai à frente no início da campanha, inaugurou sede e inundou o Funchal com cartazes. Mas será o futuro? Sem máquina de partido é difícil ganhar eleições, mas não basta ter máquina para ganhar. Com a máquina a minar candidaturas, é difícil ganhar. É preciso ganhar a confiança da população. A sua lista dá confiança? Quem te viu e quem te vê e a lei do retorno é lixada.
Não sei quem o está a aconselhar politicamente, mas alguém que o lembre que para além de candidato à Câmara Municipal do Funchal é também Vice-Presidente do Governo.
Qual a lógica de vir a público afirmar que é contra a subsidiodependência, defender um registo das pessoas que recebem apoios sociais e o que recebem, afirmar que as empresas estão com falta de trabalhadores e que as pessoas não querem trabalhar e que quer simplificar e desburocratizar o sistema existente de candidaturas a fundos comunitários e agilizar determinados procedimentos burocráticos entre a autarquia e os organismos do Governo?
Isto quer dizer que é contra os apoios? Ou que a Secretária da Inclusão e da Cidadania não faz eficientemente o seu trabalho? E os milhões que atribuem às Casas do Povo? E porque criaram ainda este ano mais Casas do Povo? Devo lembrar que algumas Casas do Povo são apadrinhadas por Calado?
Esquece-se que é o responsável governamental pelo Instituto de Desenvolvimento Regional e, portanto, nas suas funções governamentais, se estivesse mesmo interessado em ajudar as empresas no acesso a financiamento comunitário tem já o poder para fazê-lo? Porque não o faz?
Como diz o nosso Max “Toca a marchar, anda para a frente e mostra que és gente e que sabes andar na tropa.”