Madeira

Morreu o médico Fernando Borges

Ao longo da sua vida, Fernando Borges "foi um médico reconhecido pelos seus pares com elevada competência, integridade e humanismo", tendo ocupado "diversos cargos de responsabilidade no Serviço Regional de Saúde com elevado espírito de missão e competência".

None

DIÁRIO recorda parte de uma das últimas entrevistas do profissional de saúde. Na altura, com 74 anos, continuava a trabalhar.

Morreu Fernando Borges, médico especialista em medicina interna. O Governo Regional da Madeira já manifestou o pesar pelo seu falecimento, hoje, no Funchal, no Hospital Dr. Nélio Mendonça.

O Dr. Fernando Borges foi um profissional da área da saúde ímpar o qual contribuiu para o desenvolvimento e reconhecimento nacional da  Saúde, em especial na sua área de intervenção, Medicina Interna e Alergologia. Foi, inclusive, o primeiro médico especialista na área da Alergologia na Região Autónoma da Madeira e, contribuiu para a criação e desenvolvimento desta especialidade no Serviço Regional de Saúde. Governo Regional

Ao longo da sua vida, Fernando Borges "foi um médico reconhecido pelos seus pares com elevada competência, integridade e humanismo", tendo ocupado "diversos cargos de responsabilidade no Serviço Regional de Saúde com elevado espírito de missão e competência".

À família, a Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, endereça as suas mais sentidas condolências pelo falecimento do Dr. Fernando Borges.

Das últimas vezes que o médico falou ao DIÁRIO estávamos em 2 de Setembro de 2018. Na altura, a troca de impressões foi motivada pelo facto de Fernando Borges, então com 74 anos, continuar a trabalhar depois da idade da reforma.

Desde muito pequeno, “com quatro ou cinco anos”, sempre disse que queria ser médico. Fernando Borges falava numa “vocação” que se recusava em desaproveitar, até porque passados aqueles “anos todos” e depois de se aposentar da Função Pública continuava a exercer a profissão. “Esta é a minha vida e quem faz o que gosta está muito bem”, assumia o especialista em Medicina Interna e Alergologia.

“Continuo a gostar muito daquilo que faço, porque isto faz parte da minha vida. Acho que quem passou uma vida a fazer o que gosta, quando acaba essa etapa, o que no meu caso foi o percurso hospitalar, não quer passar o tempo em casa de perna cruzada sem fazer nada”, explicou ao DIÁRIO o médico, assumindo que gostava muito de ler e de “exercitar a mente, com sudoku ou palavras cruzadas”, pois considerava ser “fundamental” para “não ficar amorfo à espera do dia de partir”.

Natural do continente, Fernando Borges chegou à Madeira em Dezembro de 1976, e começou a dirigir o Serviço de Medicina 2, do então Hospital da Cruz de Carvalho, no dia 1 de Novembro de 1977.

Quando cá cheguei existiam 88 médicos na Região e agora somos mais de 700. Julgo que não são precisos mais médicos, na minha opinião. É preciso é saber aproveitar os que cá estão e é preciso motivar os que estão a trabalhar. Enquanto eu fiz a minha vida hospitalar havia uma carreira em que nós íamos participando em concursos para progredir. Agora uma pessoa faz um contrato de três anos e depois? Depois pega nas malas e vai para outro lado. Portanto, sobre esta nova técnica de ‘tapar buracos’ eu não concordo. Temos de ter o mínimo de estabilidade para nos prepararmos para progredir na carreira e sermos os melhores. Não pode haver consultas ‘à martelada’ e não podem interessar somente os números, descurando da qualidade da prestação do acto médico. Fernando Borges