Madeira

Representante da República diz que Universidade da Madeira é "discriminada"

None

O representante da República para a Madeira assumiu hoje à Agência Lusa que a Universidade da Madeira (UMa) "pode-se considerar discriminada" em relação às outras deste país, garantindo que tem lutado para que essa "diferença termine".

"A Universidade [da Madeira] neste momento pode-se considerar discriminada em relação às outras universidades deste país. Eu tenho lutado juntamente com outras forças políticas e outras instituições para que essa diferença e essa discriminação termine", sublinhou Ireneu Barreto na visita a três polos de investigação do estabelecimento de ensino superior.

O juiz conselheiro enunciou que pretende "superar essa dificuldade a curto prazo" porque a região e os madeirenses merecem.

"Nós verificámos que alguns dos polos têm problemas de financiamento. A Universidade [da Madeira] tem problemas de financiamento", sublinhou Ireneu Barreto.

O Orçamento do Estado para 2021 atribuiu à Universidade dos Açores uma dotação inicial de 18,4 milhões de euros, afetando à da Madeira 13 milhões, o que representa uma dotação inferior em cerca de 5,3 milhões de euros.

Ireneu Barreto visitou hoje o ISOPlexis, Centro de Agricultura Sustentável e Tecnologia Alimentar, Pólo do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) e os Laboratórios de Engenharia Eletrotécnica.

O representante da República para a Região Autónoma da Madeira (RAM) enalteceu o "nível técnico e profissional" dos investigadores que, segundo o mesmo, "é pouco conhecido".

"Nós temos hoje centros de investigação que não devem nada a ninguém, que são competitivos quer ao nível nacional, quer ao nível internacional. Têm ligações internacionais, trabalham em conjunto com outros centros, trabalham com as empresas, trabalham com a indústria e trabalham com a agricultura", assumindo o "conforto espiritual" que sente por saber que a região está "ao nível mais avançado do que se faz em todo o mundo."

O novo reitor da Universidade da Madeira (UMa), Sílvio Fernandes, ressalvou o subfinanciamento como uma das provações da instituição, mas atribui algumas dificuldades às mudanças na lei, particularmente, "no estatuto de bolseiro que limita muito a permanência de bolseiros nas instituições e nos projetos de investigação".

"Acontece que as universidades, esta e outras, não foram suficientemente financiadas para contratar os bolseiros a título permanente. Se isso tivesse ocorrido, eles [bolseiros] possivelmente continuariam nas suas áreas de investigação. O estatuto de bolseiro veio limitar essa permanência", ressalvou o novo reitor, que substituiu José Carmo no cargo.

Sílvio Fernandes tem procurado superar essa dificuldade recorrendo a campanhas junto do governo e das entidades financiadoras, com o propósito de ter "maior flexibilidade" para poder dar uma "resposta acertada no que diz respeito àquilo que é necessário para a investigação".