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EUA investem mais de 2,6 mil milhões de euros em desenvolvimento de novos medicamentos

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Foto EPA/Stefani Reynolds / POOL

Os Estados Unidos anunciaram ontem que vão investir mais de 2,6 mil milhões de euros no desenvolvimento de medicamentos antivirais contra a covid-19 e outras doenças com potencial de se transformarem em pandemia.

O investimento de 3,2 mil milhões de dólares (cerca de 2,6 mil milhões de euros) foi anunciado pelo especialista em doenças infecciosas Anthony Fauci em conferência de imprensa na Casa Branca, no âmbito de um novo "programa antiviral contra pandemias" que pretende desenvolver medicamentos que combatam sintomas causados por vírus potencialmente perigosos como o coronavírus SARS-Cov-2, que provoca a covid-19.

Os medicamentos para minimizar os sintomas da covid-19 estão em desenvolvimento e podem estar disponíveis até ao final do ano, estando pendentes dos resultados de ensaios clínicos.

O financiamento anunciado pretende acelerar os ensaios clínicos e garantir apoio adicional ao setor privado para investigação, desenvolvimento e produção de medicamentos.

Fauci disse que o programa pretende não só "acelerar coisas já em andamento" para a covid-19, mas também trabalhar em terapias inovadoras para outros vírus.

"Existem poucos tratamentos para muitos dos vírus com potencial pandémico", sublinhou, acrescentando que as vacinas "claramente permanecem como a arma principal do arsenal".

Os EUA aprovaram o uso d antiviral 'remdesivir' contra a covid-19 e autorizaram o uso de emergência de três combinações de anticorpos que ajudam o sistema imunitário a lutar contra o vírus.

No entanto, todas estas terapias têm que ser realizadas em contexto hospitalar e a procura tem sido baixa devido a obstáculos logísticos.

O Governo norte-americano tem tentado chamar a atenção para os tratamentos disponíveis, encaminhando pessoas com testes positivos para locais onde estejam disponíveis.

Os especialistas, entre os quais se inclui Fauci, têm de forma crescente apelado para o desenvolvimento de medicamentos na forma de comprimidos que as pessoas possam tomar elas próprias, havendo farmacêuticas já a realizar testes, mas não são esperados resultados nos próximos meses.

Os tratamentos atualmente disponíveis estão focados em evitar hospitalizações e encurtar o tempo de recuperação em vários dias.

Na administração de Donald Trump os EUA gastaram mais de 19 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros) no rápido desenvolvimento de várias vacinas, mas menos de metade deste valor foi investido em novos tratamentos.

O objetivo é chegar a um comprimido que permita aos doentes com sintomas iniciais de covid-19 evitar desenvolver a doença numa forma severa que exija hospitalização.

Farmacêuticas como a Pfizer, Roche ou AstraZeneca estão a testar antivirais em forma de comprimido.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.835.238 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.