CGD admite vender crédito malparado no contexto do fim das moratórias
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, admitiu hoje no parlamento que o banco público poderá vender mais crédito malparado, no contexto do fim das moratórias implementadas devido à pandemia de covid-19.
"Agora estamos a considerar vender", disse Paulo Macedo aos deputados da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, depois de afirmar que o banco público não fez qualquer venda de carteiras de crédito em 2020 e 2021.
O gestor considera que "os próprios bancos, se vão ter um maior incumprimento com o final das moratórias, devem também tentar aliviar os créditos muito antigos, o seu contencioso".
"Encaramos vender, fazer vendas de carteiras, mas de valor muitíssimo mais diminuto" do que aconteceu em 2018 e 2019, revelou hoje no parlamento, na última audição da comissão de inquérito ao Novo Banco.
Paulo Macedo considerou ainda que "há muito crédito totalmente perdido, mas há muito crédito a recuperar", em resposta ao deputado Hugo Carneiro (PSD).
No entanto, o gestor antevê que esses processos se arrastem "durante anos, se se mantiver toda a legislação sobre administrações de insolvência e sobre enquadramento da justiça" nessa área.
"Há coisas que será de vender, e há outras que é apenas tentar recuperar. É público que a Caixa tem processos contra grandes devedores e tem a expectativa de receber algo", disse o presidente executivo do banco público.