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Reino Unido vai exigir vacinação a funcionários de lares de idosos

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O Governo britânico vai tornar a vacina contra a covid-19 obrigatória para todos os funcionários de lares de idosos em Inglaterra, confirmou hoje o secretário de Estado da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock.

Num discurso na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento britânico), Hancock explicou que, embora a "grande maioria" dos trabalhadores do setor dos cuidados sociais tenham sido imunizados quando convocados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), há alguns que ainda não o foram, o que, disse, põe em risco a vida das pessoas que os rodeiam.

"É por isso que vamos insistir em medidas para assegurar a obrigatoriedade [da vacinação] como condição para trabalhar em lares, e vamos também abrir agora um período de consulta para ver se adotamos a mesma abordagem no SNS, para salvar vidas e proteger os doentes", explicou.

Hancock recusou tornar a vacinação obrigatória para toda a população, mas insistiu que se trata de uma medida "sensata e razoável" no caso daqueles que trabalham com pessoas de risco, que também devem ser testados regularmente.

Os trabalhadores de lares, públicos e privados, terão um período de 16 semanas para serem vacinados -- com exceção de trabalhadores isentos por razões médicas - e, caso não o sejam, poderão ser transferidos ou despedidos, segundo a BBC.

Os sindicatos opuseram-se à vacinação obrigatória, em parte porque trata os trabalhadores deste setor de forma diferente da população em geral.

O presidente do Grupo de Cuidados Independente (ICG, na sigla em inglês), Mike Padgham, afirmou que a vacinação obrigatória iria criar muitos problemas de recrutamento e legais.

"Parece que estamos a travar duas batalhas, contra a covid-19 e, em vários aspetos, contra o Governo, que parece não compreender o setor da assistência social", confessou.

"As pessoas devem ser vacinadas, todos os funcionários devem ser vacinados, mas penso que a forma de abordagem é através da persuasão e não da coerção ou da compulsão", acrescentou.

A medida planeada pelo Governo aplicar-se-á apenas em Inglaterra, a região mais populosa do Reino Unido, com 56 milhões dos 67 milhões de habitantes.

Em Inglaterra, estima-se que tenham ocorrido 40.000 mortes causados pelo novo coronavírus em ambientes residenciais e de assistência social, em comparação com o total de 127.926 mortes em todo o Reino Unido desde o início da pandemia.

De acordo com os últimos dados oficiais, 30,4 milhões de pessoas já receberam as duas doses da vacina no país, o que corresponde a 57,8% da população adulta, e 42 milhões (79,8%) foram inoculadas com a primeira, que começará a ser oferecida hoje aos jovens de 18 anos.

Desde o início da pandemia, foram notificados 127.926 óbitos de covid-19, num total de 4.589.814 infeções confirmadas na Grã-Bretanha.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.824.885 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.