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Mais de um terço das empresas diz que impacto permanecerá por mais um ou dois anos

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Mais de um terço (36%) das empresas portuguesa acredita que demorará mais um ou dois anos até que a covid-19 deixe de ter um impacto financeiro negativo nos seus negócios, segundo dados da empresa Intrum, hoje divulgados.

De acordo com o relatório EPR: European Payment Report 2021, que se focou nos riscos de pagamento das empresas a nível nacional e internacional no período pós pandemia de covid-19, foi possível saber que as empresas portuguesas esperam que o impacto da pandemia "se prolongue nos negócios por mais um ou dois anos".

O inquérito realizado mostrou ainda que 14% das empresas acredita a covid-19 deixe de ter um impacto financeiro negativo nos seus negócios só em 2023.

A dependência de Portugal no turismo mergulhou a economia numa "recessão profunda" em 2020, na sequência da proibição de viagens internacionais e de apertadas restrições sociais, sendo que a recuperação económica do país vai depender "em grande parte do sucesso do plano de vacinação e do regresso dos turistas", lê-se no estudo.

Mas são poucas as empresas portuguesas que esperam uma "recuperação rápida", afirma.

Além disso, mais de metade das empresas (52%) considerou que os constrangimentos na liquidez por parte dos devedores, devido ao impacto da covid-19, representam um "grande desafio "para os pagamentos imediatos nos próximos 12 meses, ou seja, quatro pontos percentuais acima da média europeia.

O estudo refere ainda que 64% das empresas inquiridas estão mais preocupadas do que nunca com a capacidade dos seus devedores em pagarem nos prazos, valor este que é superior à média europeia (62%).

Ainda assim, 46% afirma que as condições de pagamento que oferecem atualmente aos clientes são "muito generosas e os prejudicam como empresa", situando-se esta percentagem em três pontos percentuais acima da média europeia.

O documento da Intrum demonstra também que 31% das empresas de pequena e média dimensão (PME) pediu aos fornecedores condições de pagamento mais prolongadas do que o habitual, apara poderem cumprir com os compromissos financeiros assumidos de forma de dar resposta à crise da pandemia de covid-19.

Quanto às grandes empresas, 26% desenvolveram novos produtos e serviços e 21% solicitaram a prorrogação das suas obrigações com empréstimos.

O estudo mostra também que 37% das PME e 21% das grandes empresas têm como medida principal a redução de custos, para estarem preparadas para uma desaceleração económica.

Para este estudo, a Intrum, empresa especializada na indústria de serviços de gestão de crédito, com presença em 24 mercados na Europa, recolheu dados de 11.187 pequenas, médias e grandes empresas em 29 países europeus, abrangendo 11 setores da indústria, sendo que no caso de Portugal a amostra contou 451 empresas.

O trabalho de campo realizado pela Intrum para este estudo decorreu entre 25 de janeiro e 16 de abril deste ano.