Rendidos a Ronaldo
Jornalistas do DIÁRIO dão notas aos desempenhos da selecção nacional
Mais e menos de Portugal frente à Hungria escolhidos a dedo
Neste Euro, após os jogos de Portugal sete jornalistas do DIÁRIO dão nota 'Mais' e 'Menos' ao desempenho da selecção nacional.
No jogo de estreia eis as avaliações feitas por Ricardo Duarte Freitas, Jorge Freitas Sousa, Pedro Freitas Oliveira, Victor Hugo, Nélio Gomes, Paulo Vieira Lopes e Rúben Santos.
Jorge Freitas Sousa
Mais
Atitude de campeão
Portugal entrou em campo a justificar o título de campeão europeu e empurrou a Hungria para o seu meio campo. Com uma autoridade que faltou em jogos anteriores. Muito mais posse de bola e oportunidades que apenas foram contrariadas pela boa exibição do guarda-redes contrário.
Menos
Trincos a mais
Perante uma equipa com menos argumentos ofensivos, havia excesso de ‘peso’ no meio campo. Danilo e William Carvalho eram trincos a mais para um jogo em que fazia falta um artista para alimentar a forte linha avançada. A entrada de Renato Sanches provou isso mesmo.
Nélio Gomes
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Golos de Ronaldo
Com os dois golos apontados, Cristiano Ronaldo tornou-se na figura do jogo. O último é o momento alto da partida, resultando de uma excelente combinação do ataque luso, culminado com um grande trabalho individual do madeirense. Que, com isto, tornou-se no melhor marcador de sempre dos Campeonatos da Europa, com 11 golos.
Menos
Substituições tardias
Fernando Santos tardou uma eternidade a fazer alterações na equipa e, como se viu, foi aí que esteve a chave da vitória. Principalmente as entradas de Rafa e Renato Sanches mexeram com o jogo demasiado estereotipado da selecção portuguesa, criando desequilíbrios que até então não tinham existido. Mas foi a tempo – e ainda bem.
Paulo Vieira Lopes
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Histórico CR7
Não foi o melhor jogador em campo, mas voltou a ser decisivo, ao fazer o
segundo e o terceiro para Portugal e a fazer história. Tornou-se no primeiro
jogador a participar em cinco fases finais de Europeus e veio ao bisar na
partida de hoje, elevou para 11 golos em fases finais, deixando para trás o
francês Michel Platini (9).
Menos
William sem ritmo
Sem mostrar o ritmo de outros tempos William Carvalho foi o escolhido, ao
lado de Danilo Pereira, para ‘mandar’ no meio campo defensivo português. Mesmo
sem comprometer e numa partida onde Portugal ‘mandou’, William acabou por ser o
jogador com menos fulgor. Foi substituído, e bem, por Renato Sanches.
Ricardo Duarte Freitas
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Veterania de CR7
Mesmo sem fazer um jogo deslumbrante, Cristiano Ronaldo foi a imagem do inconformismo e da resiliência da selecção nacional. O capitão apareceu nos momentos finais bisando por duas vezes, tornando-se no homem do jogo e no melhor marcador de sempre em fases finais de Campeonatos da Europa. Nota positiva também para o talismã Raphael Guerreiro pela forma como desatou o nó húngaro com um golo de ressaltos. Renato Sanches foi o motor do campo quando a armada lusitana parecia adormecida no inferno de Budapeste.
Menos
William lento
A lentidão no processo ofensivo e a previsibilidade do jogo da selecção nacional permitiram ao bloco húngaro anular o ataque português, tirando partido do seu poderio físico. A falta de ritmo de William Carvalho foi evidente e houve muitos passes falhados nas mudanças de flanco. Diogo Jota destacou-se nos primeiros 15 minutos pela forma como confundiu a defensiva húngara, mas agarrou-se demasiado à bola, optando por rematar à baliza em dois lances quando tinha Bruno Fernandes, num momento, e Cristiano Ronaldo noutro, isolados e de cara para a baliza.
Pedro Freitas Oliveira
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Renato Sanches e Rafa ‘mostram’ caminho
As entradas de Rafa e Renato Sanches, aos 71 e 81 minutos, respectivamente, concederam outra dinâmica ofensiva à selecção nacional, maior irreverência e, com isso, mais capacidade pera construir no último terço do terreno. E o recorde de Cristiano Ronaldo, agora o melhor marcador de sempre em fases finais do Euro.
Menos
Dificuldade com equipas ‘fechadas’
O 3-0 não espelha a dificuldade que a selecção portuguesa teve neste jogo. De facto, a equipa orientada por Fernando Santos voltou a demonstrar dificuldades diante de equipas que se apresentam num bloco baixo, como foi o caso da Hungria. Perante um adversário que poucos espaços deixou, foi difícil encontrar soluções… até ao minuto 84.
Victor Hugo
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A ‘máquina’ nunca falha
Está velho, está?! A ‘máquina’ nunca falha. São recordes atrás de recordes [hoje foram mais três] além de Cristiano Ronaldo juntar 106 golos, 11 em fases finais do Campeonato da Europa. E como é importante o nosso capitão estar motivado. Uma palavra para Rafa Silva que esteve nos três golos. E quantos de nós ficamos admirados pela decisão de Fernando Santos quando decidiu colocar o benfiquista? Pois...até eu! De resto são mais de 300 minutos sem sofrer um golo. Oxalá continuemos assim. Agora é só torcer para o empate da Alemanha contra a França.
Menos
Sofrimento versus ineficácia
Num segundo tudo muda, mas era preciso tanto sofrimento? É verdade que a Hungria não perdia há 13 jogos, mas Portugal não precisava daquela ajudinha húngara aos 84 minutos para tanto domínio. Foram 11 remates à baliza, 6 pontapés de canto, 65% de posse de bola, tanto para o coração luso aguentar 84 minutos. Com um adversário tão defensivo demoramos a mexer na equipa. Hoje não podemos nos queixar até do árbitro que viu o penalti sobre o Rafa.
Rúben Santos
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Ronaldo, quem mais?)
Passou ao lado de grande parte do jogo, chegou a fintar o vento, fez passes sem nexo e ainda falhou à boca da baliza aquilo que não é nada normal para um jogador que é recordista por natureza. Mas, como errar ainda é humano, Cristiano Ronaldo acabou o jogo com mais uma mão cheia de conquistas pessoais, daquelas que nos fazem ainda duvidar se é extraterrestre. Na retina, fica a ideia de que o capitão agora só aparece para resolver, porque do nada, após mais de 80 minutos escondido, marcou dois golos. Será isso ou exigimos demasiado a um homem de 36 anos que ainda tem pedalada para torneios deste calibre.
Menos
Opções de Santos
Fernando Santos não surpreendeu, infelizmente. Contra a Hungria, a menos favorita deste Grupo, o homem que levou tabaco para um mês não inventou e colocou Danilo Pereira e William Carvalho no meio, dois jogadores sem qualquer entrosamento no miolo. Para justificar esta minha observação basta apreciar o impacto que Renato Sanches e Rafa Silva trouxeram para o encontro. Para a próxima, peço também um Diogo Jota menos egoísta.