Este Dia recorda… e Santo António!
Dez de junho recorda Camões e os Lusíadas que canta tantas glórias de Portugal. Recorda, ainda, Santo António (dia 13) e um território que, de condado, cresceu país até ao Algarve e se espalhou feito império por milhares de quilómetros da costa africana; levando a sua língua aos mares índicos de Cochim, Goa, Damão, Diu, Baçaim e Ormuz; que semeou seus falantes em Ceilão, Sião, Malásia, Japão e terras do sol nascente de Timor e das do sol poente de Vera Cruz; e a deixou viva no Brasil, Angola e Moçambique e noutros países. Recorda os almirantes Vasco da Gama, Fernão de Magalhães e muitos mais. É um dia a recordar aqueles santos portugueses da fachada da Igreja da Missão Portuguesa de Singapura, de Nossa Senhora da Guia de Macau chinês, das Senhoras Aparecidas do Brasil e de Lujan, e os dos santos portugueses dos vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Newark e a imagem de S. João de Brito em Oryur (Índia). Recorda aqueles mártires de Nagasaqui que deram tudo por Cristo como outros missionários católicos idos de Portugal lhes deram Evangelho e exemplo.
Recorda a Catedral da Imaculada de Pequim, Igrejas de Santa Cruz e do N. S. do Rosário em Banguecoque e centenas doutras que se ligam à diáspora lusa, construídas por tantos missionários. Não é dia alheio aos títulos da Senhora da Lapa, da Guia, de Belém, da Nazaré e de Fátima plantados pelas centenas de santuários e jardins da diáspora dos “heróis do mar” do “nobre povo” da “praia Lusitânia” que dão hoje pelos nomes de CêPêeLPês e seus arredores no linguajar do Futebol, do Fado e dos hinos do santuário de Fátima.
Não venham agora teimar que Portugal tem que ser país miserável e envergonhar-se da sua história de nove séculos e do seu cristianismo católico. Tem antes que se orgulhar de Santo António de Lisboa e do mundo todo com uma capela de dúzia de imagens em Colombo (Sri-Lanka) para católicos, budistas e muçulmanos beijarem; tem de orgulhar-se de ser o país de Fátima a que uma católica na longínqua Singapura se orgulhava de ter sido peregrina.
Não venham dizer que Portugal se deve envergonhar ou penitenciar de ter colonizado, monumentalizado e deixado o Evangelho de Jesus Cristo associado à sua língua, “quase latina”, de misturas com genes portugueses por esse globo do mundo adiante. Nem queiram que Santo António fique contrariado e volte a pregar aos peixes!
Deixem este povo gozar por ser português e ser tanta coisa bela e louvável, mesmo que tenha de deplorar a sua Inquisição, ao lado doutras alheias e cruéis, com nomes diferentes, nos centros e nortes europeus protestantes; e por estepes russas, montanhas maoistas e areias arábicas e africanas. Mas deixem lastimar também o seu tráfico de escravos, como infeliz e geral costume; e os inominados golpes ditatoriais portugueses de 1834 e 1910 que tiraram liberdade a milhares de cidadãos portugueses; e ainda a mais badalada “revolução” de 28 de maio. E deixem gostar de ser português, cristão, e de ter escapado a ser marxista estalinista, como, em 1975, alguns “vermelhos” ditatoriais pretendiam substituir a ditadura (?) do “Estado Novo”. Não venham com ameaças de queimar os Lusíadas, as vidas de Santo António e doutros santos, nem, de forma larvada, insinuar que um museu da portugalidade teria de servir para Portugal se autoflagelar pela escravatura portuguesa, mas deixar passar outras em etnias variadas desde o holocausto nazi, dos Gulags, a mil outros negócios de tráfico de pessoas. Nem queiram arrasar os monumentos com o Infante da ínclita geração, na proa, e muitos heróis lusos, com se vem insinuando pela calada dos esquerdismos cruzados com a moeda de bilionários fanáticos de direita, pintados de “antifas”, “BLM” e Jihads. Nem abracem a falsa religião do wokeism de coitados para acordar para o anti portuguesismo avesso às glórias do retângulo de matriz cristã e dimensão global.
Viva-se este dia de auto estima e gozo de ser português em uníssono com vozes de portugueses de afeto, em muitos quadrantes do globo, usando termos que os portugueses desde há seis séculos por lá lhes deixaram, sem esquecerem as palavras da língua “cristão” de Malaca e do Evangelho. E a todos os que se orgulham de ser portugueses e cristãos católicos, como tantos portugueses, possam gozar com os verbos de Cristo: “Eu te bendigo, ó Pai, (…) Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11, 25).
Funchal, Dia de Portugal e de Santo António 2021
Aires Gameiro