Falha não, delação!
Quase 50 anos de Estado Novo (eufemismo para designar ditadura fascista), há quem ficasse com sequelas... A bufaria delatória continua cantando e rindo, levada, levada sim pela voz do som horrendo. A propósito do município de Lisboa, cujo presidente ser o maior responsável pela denúncia de três dissidentes russos, organizadores duma manifestação contra a detenção dum opositor compatriota em antagonismo ao regime musculado do presidente da Rússia, V. Putin.
Pode, agora, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina dizer «Houve uma falha burocrática»(!). Com disse? Quer enganar pascácios? A subserviência pidesca, já é prática desde, pelo menos, 2019! Num país decente e democrático, o «padre», Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, não branqueava aquele crime contra as pessoas envolvidas e Medina já se tinha demitido.
O primeiro-ministro pelo silêncio ensurdecedor é cúmplice e respalda este... Quando o responsável pela embaixada da Rússia em Lisboa disse que os dados recebidos seriam apagados - gargalhamos até às lágrimas. Esta canalha prática delatória já se estendeu a cidadãos que se manifestaram pelo Tibete, contra a tirania chinesa, bem como, a manifestantes lutadores pela justa causa palestiniana, que viram os seus dados fornecidos a Israel ocupante.
O governo diz-se legalista, mas guilhotinou a Lei e a Regulamentação Europeia da Protecção de Dados! Gastaram-se, do nosso dinheiro, 140 milhões de euros para criar esta norma para quê? O direito à reunião, manifestação, liberdades e garantias estão postos em causa. A perseguição pessoal e política está instalada e o governo não nos venha com comemorações do 25 de Abril, porque Abril é a antítese de tudo isto! A liberdade levou uma machadada sangrenta e o seu controle está instalado...
Vítor Colaço Santos