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A vida não tem um sentido

Felicidade é um conceito individual, mas insistimos em procurar dicas nos livros de “auto ajuda” – como se um livro de outra pessoa, com outros padrões de felicidade fosse garante de eficácia em cada um de nós – que pretendem facilitar este processo com “As 10 regras para ser feliz”.

Parece-me absurdo um indivíduo A dar conselhos ao B de como ser feliz já que a felicidade do B dependerá dos parões de B. Admito que existem princípios básicos mas mandamentos parecem-me descabidos.

Proponho uma reflexão e aceitação: a vida não tem um sentido por isso o mal ou bem que me acontece tem a influência das minhas ações, muitas vezes sem ter noção de para onde estou a ir. É possível ser feliz sem fazer grande coisa para isso, mas também é possível ser infeliz mesmo procurando a felicidade.

Sentimos o absurdo da vida quando a esta não nos dá aquilo que achamos que merecemos. Procuramos estabelecer uma relação de causa-efeito que pode não acontecer porque existem infinitos fatores que nós não dominamos. O que proponho é apenas aceitar que isso acontece e manter as boas práticas: adotar comportamentos coerentes com os nossos sonhos.

“Bola para a frente” tem lógica. No jogo da vida a bola bate no poste, vai para a rua, e às vezes entra numa baliza. Não interessa o porquê, mas sim a manutenção do trabalho e a tentativa constante de melhorar. Nem que seja para deitar a cabeça na almofada e dormir tranquilamente.