Madeira

Saldo migratório positivo não sustem perda de população residente

Madeira tem, novamente, menos de 254 mil habitantes, dado o saldo natural continuamente negativo

Foto Rui Silva/Aspress/Arquivo
Foto Rui Silva/Aspress/Arquivo

"De acordo com as Estimativas da População Residente, em 31 de dezembro de 2020, residiam na Região Autónoma da Madeira (RAM) 253.923 pessoas, das quais 118.524 homens e 135.399 mulheres", aponta hoje a Direcção Regional de Estatística, o que significa que é a população residente mais baixa dos últimos 17 anos (desde 2004).

"Após a inversão de sucessivos decréscimos populacionais em 2019, tendo a população aumentado nesse ano, em 2020 a Região volta a registar um decréscimo populacional, ainda que ligeiro, de 331 pessoas face a 2019, correspondente a uma taxa de crescimento efectivo negativo, de -1,3‰ (+1,2‰ em 2019)", salienta a DREM.

Refira-se que "o saldo migratório registado em 2020 (+522), que permaneceu positivo, mas inferior ao de 2019 (+1.097), não foi suficiente para aumentar a população residente da Região neste ano, uma vez que a evolução desfavorável do saldo natural (-788 em 2019 para -853 em 2020) sobrepôs-se ao saldo migratório positivo", explica.

É, também, "de salientar que apenas o município de Santa Cruz (8,1‰) apresentou uma taxa de crescimento efectivo positivo", registando-se que "os maiores decréscimos populacionais em termos relativos foram observados nos municípios do Porto Moniz (-12,9‰), Santana (-9,4‰) e Ribera Brava (-6,4‰)".

Outros dados

Em 2020, a densidade populacional da RAM era de "316,8 habitantes por Km2", sendo que "o Funchal foi o município a registar o maior valor (1.362,3 Hab/Km2), contrastando com o Porto Moniz, que apresentava o valor mais baixo (27,9 Hab/Km2)".

Também a proporção de jovens (população com menos de 15 anos) "voltou a diminuir em 2020, representando 12,8% da população total (13,1%, em 2019)", revela. Por outro lado, "a proporção de idosos (população com 65 ou mais anos) manteve também a tendência crescente dos últimos anos, atingindo 17,4% da população residente (17,0%, em 2019)".

"Em consequência, o índice de envelhecimento voltou a aumentar, fixando-se em 136,4 pessoas idosas por cada 100 jovens (129,5 em 2019). Os valores mais elevados deste indicador registaram-se em Santana (266,9), São Vicente (264,8) e Porto Moniz (236,1); os valores mais baixos foram observados em Santa Cruz (81,5) e Câmara de Lobos (86,9)", os primeiros concelhos cuja problemática do envelhecimento e da desertificação, reconhecidos por todos, acentuam-se.

Por fim, "o número médio de filhos por mulher em idade fértil (15-49 anos), traduzido pelo índice sintético de fecundidade, baixou de 1,15 filhos em 2019 por mulher para 1,14 em 2020, mantendo-se ainda mais abaixo do valor necessário para assegurar a substituição das gerações (2,1 filhos por mulher em idade fértil)", estando aqui um dos factores para o problema geracional que a Madeira enfrenta no futuro.