Madeira

Academia forte e saudável é “a verdadeira homenagem” a Gabriela Oliveira

Academia de Línguas da Madeira tem 50 alunos estrangeiros a aprenderem Português

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“A verdadeira homenagem já estava feita (…). Quase um ano depois, a Academia (de Línguas da Madeira) está forte, está saudável. Não se sentiu o impacto de ter saído uma figura de proa.” Gabriela Oliveira, que durante várias décadas dirigiu a instituição, impedindo que o ensino de línguas na Região cessasse, com a desintegração da Academia de Música e Belas Artes, foi hoje homenageada, com a atribuição do seu nome à Sala Multiusos da Academia de Línguas, no Funchal. Foi uma pequena cerimónia cheia de emoções, com muitas lágrimas à mistura.

Paulo Oliveira, filho, foi quem afirmou que a vitalidade da Academia é a principal homenagem, que já foi feita à sua mãe. Isso, realçou, sem retirar qualquer mérito ao que hoje aconteceu.

Para ilustrar o papel desempenhado pela instituição na família, Paulo Oliveira disse que Academia foi a palavra mais ouvida na casa de seus pais, que pais viveram para ela.

Outra das pessoas a intervirem na ocasião foi o director regional de Educação. Marco Gomes lembrou o objetivo que sempre norteou Gabriela Oliveira, o de dar oportunidade a cada pessoa de crescer, aprender, de “ganhar asas (…). Isso é o que é a Educação”.

A sua alocução terminou com a manifestação de um desejo, que ao mesmo tempo é um propósito: “Que esta seja uma Região capaz de dar a todos, os que aqui vivem, horizontes de futuro.”

O vice-presidente do Governo Regional, mais do que nessa qualidade, falou da experiência pessoal com Gabriela Oliveira. “Sempre vi nesta casa uma casa de família (…). A dona Gabriela era para nós uma segunda mãe.”

De entre as muitas qualidades, que destacou, Pedro Calado falou na “simplicidade da pessoa, que foi, e de ser alguém que “nunca teve um não na sua boca, quando alguém pedia ajuda”. Isso materializava-se com a aceitação de matrículas, “independentemente de poderem pagar ou não”. Gabriela Oliveira pretendia dar-lhes “uma enxada para a vida”.

Marie Claire Sintra, que acompanhou Gabriela Oliveira durante mais de 20 anos, como directora pedagógica e que agora é a presidente da instituição, destacou “a lucidez, a determinação e o arrojo” da homenageada.

Actualmente, o número de alunos mantém-se entre 1.400 e 1.500, distribuídos pela sede, no Funchal, e pelos polos de Machico, Santa Cruz, Ribeira Brava, Estreito de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Calheta.

São alunos pessoas de todas as idades, normalmente, a partir dos 6 ou sete anos. Entre os alunos, contam-se 50 estrangeiros, que estão a aprender Português. Alguns adquirem competências básicas, mas outros aprofundam os conhecimentos da língua.

Recentemente, completaram-se 82 anos desde o nascimento de Gabriela Oliveira, que morreu há um ano.