Maria da Graça Carvalho defende “uma distribuição mais equilibrada dos fundos europeus"
No âmbito do lançamento oficial da agenda estratégica do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, esta segunda-feira, 14 de Junho, a eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, defendeu que este instituto tem mais-valias únicas dentro do conjunto de instrumentos do programa-quadro de Investigação Científica e Inovação, Horizonte Europa.
Desde logo, o facto de actuar “em todas a áreas essenciais para as nossas vidas e para o nosso planeta, como as matérias-primas, a energia, os alimentos, o ambiente, a saúde. E agora também ao nível de tudo o que respeita à agua, incluindo os oceanos, o que é extremamente importante para todos os europeus”.
Num evento que contou com a participação da comissária europeia Mariya Gabriel e do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel Heitor, no qual também marcou presença o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, Maria da Graça Carvalho, relatora da agenda estratégica do EIT, apontou outras características específicas do instituto. Nomeadamente o facto de “actuar em todos os vértices do triângulo do conhecimento – Educação, Ciência e Inovação” -, as “perspectivas de longo-prazo dos projectos que apoia”, com as suas Comunidades de Conhecimento e Inovação (CCI) a existirem por até quinze anos, o facto de ser um programa “capaz de trazer para o nível regional a investigação de excelência” que é feita de forma global e, finalmente, “a experiência única de trabalho colaborativo que proporciona, através do seus centros de colocação”, a instituições do ensino superior, investigadores e empresas.
No plano das melhorias necessárias no EIT, a deputada europeia apontou para as propostas que introduziu no seu relatório, as quais foram aprovadas por todas as instituições europeias. Entre as quais “uma distribuição mais equilibrada dos fundos europeus, promovendo a excelência onde quer que esta esteja” e não apenas nas regiões mais desenvolvidas de um grupo restrito de países; também uma maior atenção ao equilíbrio de género, dada a existência de uma “predominância masculina em todos os níveis” no EIT, desde as chefias aos participantes nos projectos; a valorização da dimensão regional, através do Esquema de Inovação Regional; a enfâse colocada na Educação; e ainda a nova CCI dedicada às industrias cultural e criativa, entre outras medidas.
Eurodeputada, comissária europeia e ministro português coincidiram na análise de que o EIT tem grande potencial para servir de motor, e de exemplo, nas grandes transformações ditadas pelas transições verde e digital. Manuel Heitor abordou também a necessidade de se potenciarem as carreiras de jovens investigadores, nomeadamente mulheres, com Mariya Gabriel a defender que não podemos ter inovação na Europa sem o talento no feminino.