Menos de metade das unidades de turismo estavam abertas em Abril
O Alojamento Local é o mais afectado pela pandemia, seguindo-se a hotelaria com metade das unidades abertas e o turismo rural é o que mais rapidamente recupera
"As estimativas referentes a abril de 2021 revelam que 45,6% dos estabelecimentos do alojamento turístico da RAM registaram movimento de hóspedes (46,0% da capacidade do alojamento turístico total) neste mês", noticia hoje a Direcção Regional de Estatística sobre os dados referentes ao quarto mês deste ano.
"Analisando por segmento, verifica-se que o turismo no espaço rural foi o que apresentou a maior percentagem de estabelecimentos do seu segmento com movimento de hóspedes (65,1%), seguido da hotelaria com 50,7% e do alojamento local com 44,5%", frisa.
Por outro lado, nesse mês, "estimou-se um total de 126,1 mil dormidas no alojamento turístico, traduzindo um acréscimo bastante expressivo de 3.014,9% em comparação com o mês homólogo (mês cujo movimento de hóspedes foi praticamente nulo, devido às medidas restritivas implementadas no âmbito da pandemia covid-19). De sublinhar que excluindo o alojamento local com menos de 10 camas, as dormidas do alojamento turístico apresentaram um acréscimo de 4.434,6% relativamente a abril de 2020, superior ao observado no país, que foi de 510,8%. Os proveitos totais aumentaram 5.881,4%, enquanto nos de aposento a variação, ainda que elevada, foi inferior, 3.916,2%", analisa a DREM com dados, efectivamente, diferentes no que às percentagens diz respeito.
Por exemplo, "no país, os proveitos totais e de aposento observaram, pela mesma ordem, variações positivas de 838,0% e 696,4%. Apesar destes crescimentos homólogos, as dormidas e os proveitos estão a um nível muito inferior ao período pré-pandemia. Com efeito, comparativamente a abril de 2019, as dormidas totais em abril de 2021 diminuíram 81,1% e os proveitos totais 83,5%", reforça, mostrando que o crescimento de milhares em porcentagem têm de ser situados no contexto em que vivemos.
"No mês em referência, a hotelaria concentrou 62,7% das dormidas, crescendo 5.448,0% em termos homólogos. Destaca-se o facto, de que no mês de abril do ano anterior, este segmento manteve apenas 2% dos estabelecimentos abertos, originando um valor irrisório de 1,4 mil dormidas. Por sua vez, o alojamento local registou um aumento de 1.444,7%, congregando 32,1% do total de dormidas, enquanto o turismo no espaço rural e de habitação, observou neste mês 6,6 mil dormidas, sendo que em abril de 2020 os estabelecimentos deste segmento encontravam-se fechados", confia.
No acumulado destes quatro meses, de janeiro a abril de 2021, "as dormidas no total do alojamento turístico na Região registaram um decréscimo de 73,3% comparativamente ao período homólogo, rondando os 388,9 milhares, enquanto os proveitos totais e de aposento apresentaram quebras de 75,8% e 76,9%, respetivamente", afiança, uma vez que metade de Março e Abril do ano passado praticamente não houve actividade.
"Analisando os principais mercados emissores, verificaram-se aumentos bastante significativos se comparamos com o período homólogo, explicado pela situação pandémica no ano transato. O mercado francês registou um crescimento de 10.100,0%, seguido do mercado britânico (+6.842,2%) e do mercado alemão (+2.513,7%)", atesta os números 'estratosféricos', mas também enganadores. "O mercado nacional registou, comparativamente a abril de 2020, +2.630,5% de dormidas em 2021. Em termos acumulados (de janeiro a abril de 2021), o mercado britânico continua a registar a maior quebra, com -92,2% de dormidas, seguido do mercado alemão e francês, com decréscimos de 74,6% e 73,4%, respetivamente. O mercado português apresentou, para o mesmo período, a quebra menos acentuada, de 21,9%, relativamente ao período homólogo", acrescenta.
Outra nota que, terá de ser recuperado é o valor de fazer turismo na Madeira. "O valor da estada média no mês de abril registou uma diminuição relativamente ao mesmo mês anterior (4,15 noites), fixando-se nas 4,03 noites", frisa. "A taxa de ocupação-cama do alojamento turístico no mês em referência não ultrapassou os 19,1%, 11,2 pontos percentuais (p.p) acima do observado no mês homólogo. Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 21,6%", valores ainda muito abaixo dos tempos normais, mesmo que com mais de metade do Alojamento turístico ainda encerrado.
Por fim, o RevPAR (rendimento por quarto disponível) "rondou os 13,88 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +111,2% que no mesmo mês do ano precedente e +54,6% que no mês anterior", o que revela que as coisas tenderão a normalizar para preços mais normais. "Se se comparar com os valores de abril de 2019, o valor do RevPar continua a registar valores significativamente baixos, com uma quebra de 69,7% (45,84 euros em abril de 2019)". E conclui: "Por sua vez, o proveito por quarto utilizado (ADR) passou de 49,56€ em abril de 2020 para 64,11€ em abril de 2021 (+29,3%)."