Pandemia está "fora de controlo" na Venezuela, alerta organização de médicos
A organização não-governamental Médicos Unidos da Venezuela (MUV) alertou hoje que a pandemia está descontrolada no país, alegando que "não há controlo" da vacinação, do número de mortes e da situação dos hospitais.
"É cada vez mais evidente que não há controlo da informação. Não há controlo da morbilidade. Não há controlo de óbitos. Não há controlo do que acontece nos hospitais e não há controlo da vacinação. Este é um alerta. A pandemia na Venezuela está fora de controlo", avançou a MUV na sua conta na rede social Twitter.
Segundo dados oficiais divulgados pelo Governo, e que têm sido questionados por várias associações médicas e pela oposição, na Venezuela registaram-se 250.309 casos de covid-19 desde o início da pandemia e 2.814 pessoas morreram da doença causada pelo novo coronavírus. Em relação à vacinação, as informações oficiais indicam que o país já recebeu 3,23 milhões de vacinas, número que incluiu já um lote de 500 mil doses da russa Sputnik V, que chegou ao país no sábado, adianta a agência EFE.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou, recentemente, que "cerca de 11% dos venezuelanos tinham sido vacinados contra a covid-19" - o que equivale a cerca de 3,3 milhões de pessoas -, mas não adiantou quantos receberam a primeira dose e quantos já têm a vacinação completa. No entanto, para imunizar 11% da população, são necessárias 6,6 milhões de doses, uma vez que as vacinas que a Venezuela recebeu -- a russa Sputnik V e chinesa VeroCell -- são de duas tomas.
A organização MUV questionou ainda os motivos do surto de covid-19 que se registou na concentração da seleção venezuelana de futebol, que voou para o Brasil, para disputar a Copa América que começa hoje.
No sábado, a seleção treinada por José Peseiro chamou 15 jogadores novos para a competição, depois de vários elementos da comitiva, entre os quais jogadores, estarem infetados com o novo coronavírus.