Pedro Calado antevê uma "campanha eleitoral muito dura"
Vice do Governo Regional é a aposta do PSD para reconquistar a Câmara do Funchal
Pedro Calado, habituado às curvas dos desafios automobilísticos como copiloto de ralis e com uma vasta experiência no Governo Regional e na Câmara do Funchal, é a aposta do PSD para tentar reconquistar o município que perdeu em 2013.
Pedro Miguel Amaro de Bettencourt Calado nasceu em 03 de outubro de 1971 e encabeça a lista da coligação PSD/CDS-PP nas autárquicas deste ano.
O candidato conhece bem os 'cantos da casa', porque foi vereador com o pelouro das Finanças entre 2005 e 2012, na altura em que o município foi liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.
Entre 31 de dezembro de 2011 e o final de 2013 (ano em que o PSD perdeu a maioria no município para a coligação "Mudança", que juntou PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN), também foi o 'número dois' na autarquia.
Pedro Calado, que sempre foi militante do PSD, tornou-se depois administrador de empresas de um grupo ligado à construção civil, imobiliário, hotelaria, aviação civil e jatos privados.
Quando Miguel Albuquerque foi eleito presidente do Governo da Madeira, em 2017, acabou por escolhê-lo para vice-presidente, cargo que ocupa até hoje.
Com formação académica nas áreas de Estatística, Gestão de Informação e de Empresas, o candidato foi também profissional da banca e auditor financeiro do setor empresarial.
Assume que tem fé e acredita em Deus, e diz gostar de viagens, corridas de carros, exercício físico e estar com os amigos.
Apesar de desempenhar um cargo relevante no Governo da Madeira, Pedro Calado não considera que aceitar o desafio desta candidatura à Câmara do Funchal represente um retrocesso na sua carreira política
Assegura não estar "apegado a qualquer cargo de governação", refuta as críticas dos que pensavam que por ser vice-presidente do Governo Regional "podia ter em mente outros voos" e adianta não ter "qualquer objetivo político".
"A minha carreira [política] não é aquilo que me move", sublinhou o candidato à Lusa, reforçando que sempre pautou a sua atuação "por fazer gestão pública" e que o seu objetivo é "estar sempre ao lado da população".
O cabeça de lista da coligação apresenta o projeto "Funchal sempre à frente" e antevê "uma campanha eleitoral muito dura", atestando estar "preparado para isso" e não temer qualquer adversário nesta corrida à presidência municipal.
"Quero fazer uma campanha limpa, transparente, honesta, [apresentando] um projeto para dignificar a cidade do Funchal", declarou.
Pedro Calado enfatizou que os seus principais objetivos são "modernizar" e retirar o Funchal do estado de "estagnação" em que se encontra, na sua opinião, desde 2013, altura em que o PSD perdeu a governação do município.
O candidato apontou que "a qualidade da cidade está a esbater-se ao longo do tempo, está a definhar", preconizando a necessidade de ser "mais aberta, mais dinâmica, com outro ritmo de investimento, mais acolhedora, mais limpa".
Pedro Calado referiu estar "muito confiante" neste "projeto moderno, com pessoas profissionais e com espírito de equipa", com "provas dadas", sem cargos partidários.
O candidato admitiu também que a coligação com o CDS "dá um conforto, porque abrange um maior número de pessoas ligadas aos partidos que apoiam a candidatura".
O executivo municipal do Funchal, composto por 11 elementos, é liderado pela coligação "Mudança" (PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos!) que tem seis vereadores, enquanto o PSD tem quatro elementos e o CDS um.
Nas autárquicas de 2017, esta coligação obteve 42,05% da votação do eleitorado funchalense, representando 23.377 votos, o PSD reuniu 32,05% dos votos e o CDS 8,59%.
As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas por lei devem realizar-se em setembro ou outubro.