Eleições Autárquicas Madeira

Corrida eleitoral à Câmara do Funchal com regressos, continuidade e estreias

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O confronto entre a continuidade do presidente da Câmara do Funchal, numa coligação liderada pelo PS, e o regresso do vice-presidente do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) às lides autárquicas marcam as eleições no concelho, que têm já seis candidaturas.

Miguel Silva Gouveia, que se tornou vereador em 2013, é o atual presidente do executivo autárquico da coligação "Confiança" (PS, BE, PDR e Nós,Cidadãos!), mas vai pela primeira vez a votos encabeçando uma candidatura.

O autarca substituiu Paulo Cafôfo, que foi eleito em 2013 e 2017, mas deixou o cargo para ser candidato à presidência do Governo da Madeira, nas regionais de 2019.

Miguel Silva Gouveia está desde o início neste projeto de conjugação de partidos que, nas autárquicas de 2013, com a denominação "Mudança" (PS, BE, PTP, PND, MPT e PAN), conseguiu retirar a maioria que o PSD detinha no Funchal desde 1976.

Nestas autárquicas, encabeça a coligação "Confiança", que integra PS, BE, PAN, MPT, PDR e Nós,Cidadãos!. Há quatro anos, com o mesmo nome, a coligação foi composta por PS, BE, PDR, Nós,Cidadãos! e JPP, partido que depois abandonou o projeto.

O atual executivo é composto por seis elementos da coligação, quatro do PSD e um do CDS-PP.

Quanto à Assembleia Municipal, tem 14 deputados da coligação, 12 do PSD, três do CDS-PP, uma do PTP e outra da CDU, e dois independentes.

A coligação e o PSD dividem a governação das 10 juntas de freguesia do concelho.

Tendo em conta o histórico de votações, o principal adversário de Miguel Silva Gouveia nesta corrida eleitoral é o social-democrata Pedro Calado, da coligação PSD/CDS-PP.

Calado integrou as equipas do PSD que detiveram o município do Funchal durante a governação do social-democrata Miguel Albuquerque, impedido de recandidatar-se em 2013 devido à lei de limitação de mandatos.

Pedro Calado foi 'número dois' de Albuquerque na Câmara do Funchal e voltou a exercer as funções de vice-presidente no atual executivo madeirense.

O objetivo da sua recandidatura é reconquistar a governação que o PSD deteve até 2013 e acabar com a maioria da atual coligação municipal.

Até à data foram também anunciadas outras quatro candidaturas, incluindo a de Raquel Coelho, que volta a encabeçar a lista do PTP. É a sua única deputada neste mandato na Assembleia Municipal do Funchal, tendo como uma das metas conseguir que "o partido ganhe o que perdeu e atinja novamente a confiança dos eleitores".

O JPP apresentou pela primeira vez uma candidatura própria no Funchal, apostando no enfermeiro Bruno Berenguer, que preconiza uma política de proximidade.

Tentando regressar ao executivo municipal, a CDU aposta no coordenador regional, Edgar Silva, deputado no parlamento madeirense e ex-deputado municipal, que começou a sua atividade política quando ainda era padre.

Nesta corrida está ainda Iniciativa Liberal, que concorre com uma lista encabeçada pelo coordenador regional do partido na Madeira, Duarte Gouveia, um ex-militante socialista ativo durante mais de 20 anos, que pretende alcançar "o melhor resultado" nesta estreia no partido numas autárquicas.

O Funchal é o concelho da Região Autónoma da Madeira com a maior concentração de população no arquipélago, que tem cerca de 260 mil habitantes. O município somava em 2019, de acordo com dados da Pordata, 104.077 residentes, distribuídos por uma superfície de 76 quilómetros quadrados, dos quais 18,9% eram idosos com 65 ou mais anos.

Neste concelho estão localizadas as sedes da Assembleia Legislativa da Madeira e do Governo Regional, além de quase todos os serviços da administração pública regional e o hospital central.

Também é o principal núcleo da atividade económica, comercial e cultural do arquipélago.

Numa região turística, a maioria das unidades hoteleiras existentes no arquipélago estão espalhadas pelo concelho, que tem uma das portas de entrada da ilha, o porto de cruzeiros.

No Funchal, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era de 1.136 euros em 2018 (perto dos 1.168,42 euros a nível nacional), sendo o número de médicos por mil habitantes de 7,96 em 2019 (acima da média nacional de 5,39).