Bom senso, precisa-se

Penso, penso muito em tudo o que escrevo pois, na minha idade, pensar é fundamental. Contudo, porque não devo, não digo tudo o que penso.

As questões de fé remetem ao íntimo de cada um e à vontade ou necessidade de acreditar em algo, independentemente da religião que se professa. Assumo, com convicção, sem temor de respeitos humanos, que sou católica, talvez menos praticante do que seria desejável, mas isso não me faz melhor nem pior do que quem não frequenta a igreja ou o faz com assiduidade. Às vezes, afastamo-nos da prática religiosa por atitudes que nos são alheias, mas ninguém nos afasta de Deus, omnipresente.

Há por aí uma linha de "beatas" muito solícitas a ajudar na igreja e tornam-se as "primas donas" dos templos. Uma das quais, além de cantante, ministra da comunhão e, provavelmente, ministra sem pasta de outros portfólios, investida não sei de que autoridade (moral não foi, com certeza) achou-se no direito de julgar quem deve ou não participar na eucaristia ou noutra qualquer actividade de cariz religioso.

Alguém, na comunidade paroquial, em união de facto, para saber se poderia continuar a sua prática religiosa, incluindo a comunhão, procurou o pároco que lhe deu parecer favorável, com as recomendações devidas que não vêm agora ao caso. Pois bem, a referida "beata," na igreja, em presença de outra pessoa em igual estado civil, perguntou-lhe taxativamente: "O que vens fazer aqui, se vives em pecado?" Caricato. Revoltante, no mínimo. Há ainda outras situações também pouco ortodoxas, mas dessas falarei oportunamente.

Parece cada vez mais difícil entrar no reino dos céus, mas, em contrapartida, as portas da hipocrisia estão escancaradas.

"Cuidado com os hipócritas. Dentro deles está tudo sujo" (Papa Francisco)

Porquê? Para quê?

Nós não levamos malas... não levamos vaidades... partimos de mãos vazias...

Levaremos apenas o que temos guardado no coração.

(Os moralistas que se sentirem incomodados não rasguem as vestes de virgens ofendidas).

Madalena Castro