Turismo Madeira

“A TAP é instrumental na recuperação do turismo na Madeira”, diz Bernardo Trindade

Para a recuperação do turismo estão a ser estudadas rotas directas do Funchal para o centro da Europa

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O actual administrador não executivo está de saída do Conselho de Administração, mas considera a TAP fundamental para a recuperação do turismo e da economia na Madeira, em particular, em Portugal, no geral.

O Governo quer iniciar “um novo ciclo” da companhia aérea de bandeira portuguesa, avançando com uma reestruturação dos órgãos sociais da empresa. A TAP passará a contar com um novo Conselho de Administração, a assumir funções na próxima Assembleia Geral, a 24 de Junho, que deixará de contar com Bernardo Trindade, actual administrador não executivo.

Na quarta-feira, 9 de Junho, quando foi anunciada a nova equipa da administração da TAP, Bernardo Trindade utilizou a sua página do Facebook para fazer um rescaldo de “4 anos de mandato e uma experiência profissional única.” Na publicação falou do “papel instrumental da TAP no crescimento da economia portuguesa.”

Com a saída de Bernardo Trindade, a Madeira fica sem representação no Conselho de Administração da TAP. Embora “isto não fosse uma obrigatoriedade”, era “o reconhecimento de uma especificidade e de uma importância”, disse ao DIÁRIO o administrador não executivo. Assim, para o futuro, o desejo é que a região e a TAP continuem o diálogo que considera essencial para a recuperação económica da Região.

Nesta retoma do turismo, a Madeira e a TAP podem trabalhar conjuntamente no sentido de podermos não só reforçar o número de frequências via Lisboa, mas estudarmos (e estamos a fazer isso) rotas directas da TAP do Funchal para o centro da Europa. Seria um contributo importante da TAP para a recuperação do turismo na Madeira. Bernardo Trindade, administrador não executivo

Num sentido mais lato, acredita, também, que “se Portugal quer recuperação nos próximos anos é com a TAP”, que é, na sua opinião, fundamental “na contribuição da balança de pagamentos, para a criação de emprego, para as exportações, por aquilo que representa nas relações com outras actividades económicas.”

Relativamente ao ‘assunto quente’ das tarifas da companhia aérea nas rotas para a Região, Bernardo Trindade esclarece que “estamos a trabalhar com a APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo) para assegurar que, via operadores turísticos e agências de viagens, as tarifas têm valores tabelados.”

Avança que este assunto “tem de ser indiscutivelmente aprofundado.” Dada a actual conjuntura, em tempo de pandemia, “é muito natural que os continentais queiram visitar a Madeira, e a TAP tem de estar muito atenta a isso.” Para Bernardo Trindade, a transportadora deve “procurar servir a sua actividade, servindo também outros parceiros.”

Quanto aos madeirenses, atesta que estes “estão protegidos pelo subsídio de mobilidade”. Mais do que olhar a preços, considera importante analisar a questão da concorrência na rota Lisboa-Madeira.

Tem de se trabalhar muito para termos mais concorrência na rota Lisboa-Funchal. As companhias aéreas, como a Transavia e Ryanair, estão em negociações, mas são negociações que duram muito tempo. É um dossiê que conheço bastante bem, e é um dossiê difícil. É difícil porque a operação da Madeira é difícil, com ventos, com cancelamentos. Tudo isto encarece a operação. Bernardo Trindade

Bernardo Trindade recorda conquistas alcançadas na TAP

O administrador não executivo, antes da sua saída, quer recordar as conquistas de um mandato de quatro anos no Conselho de Administração da companhia aérea, como “termos decidido ter um director de operações em permanência na Madeira, o Paulo Nóbrega, responsável pelo dia-a-dia da operação na Madeira.”

Destaca, também, “questões muito importantes de ordem mais operacional”, como a negociação com a Binter para a ligação ao Porto Santo, “para assegurar, não só, o bilhete corrido, como a compatibilização dos horários.”

Lembrou, ainda, a questão das tarifas para os clubes de futebol, que “foi uma matéria onde trabalhámos muito com os clubes madeirenses para termos uma tarifa que fosse compatível com uma participação nacional nas competições.”

Por fim, menciona que “a TAP nunca faltou aos madeirenses, em nenhum dia”, concretamente em tempos de pandemia. “Quisemos garantir que, em sendo a Madeira e os Açores parte de Portugal, em circunstância alguma a TAP falhou aos madeirenses.”