"Não pode ficar tudo como dantes"
Carmo Caldeira, médica madeirense, presidente da comissão organizadora do 10 de Junho, fez um discurso em que recordou a coragem dos portugueses e dos madeirenses em particular, ao longo de séculos e, agora, perante uma pandemia que "suspendeu as nossas vidas, os nossos afectos, os nosso sonhos".
Médica com larga experiência a enfrentar catástrofes, lembrou o papel de todos os que, na linha da frente, desde profissionais de saúde a militares, lutaram e lutam contra a Covid-19 e as as suas consequências.
"Não pode ficar tudo como dantes", afirmou, defendendo medidas que permitam maior estabilidade na saúde, na segurança social e nas estruturas de apoio.
Num discurso que seria interrompido pelo desmaio de um dos militares na parada - Carmo Caldeira esteve perto de descer do palanque e ajudar - não esqueceu os emigrantes, a tradição madeirense de acolher forasteiros e o desígnio nacional do mar.
"Vivemos um sobressalto cujo horizonte só agora vislumbramos", afirmou e, recordando Agustina Bessa-Luís, disse que o país "não precisa de quem diga o que está mal, precisa de quem saiba fazer o que está certo".