"Vamos iniciar um novo ciclo e quisemos refrescar os órgãos sociais da empresa"
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que a saída de Miguel Frasquilho da administração da TAP foi decisão do Governo, salientando que pretende "iniciar um novo ciclo", refrescando os órgãos sociais da empresa.
À margem do lançamento da variante rodoviária a Arruda dos Vinhos, o governante disse que "Miguel Frasquilho, tal como os outros administradores, fizeram um trabalho muito importante pela TAP em nome do Estado e do país".
O ministro relembrou que o setor da aviação foi o "mais atingido pela crise" e destacou "uma equipa que aguentou de forma muita intensa todo este processo até este momento, nomeadamente com a elaboração do plano de restruturação".
"O Estado português, o Governo português, está muito agradecido ao Miguel Frasquilho e a todos os administradores que representaram o Estado durante os últimos anos", disse Pedro Nuno Santos.
"Agora vamos entrar numa nova fase da vida da TAP, com o plano de reestruturação prestes a ser aprovado, esperemos nós, em Bruxelas, no início da recuperação económica e a nossa opção foi iniciar este novo ciclo com uma nova equipa", indicou.
"Vamos iniciar um novo ciclo e quisemos refrescar os órgãos sociais da empresa", explicou o ministro, garantindo que a decisão "não tem que ver com um juízo negativo do trabalho que foi feito, fazemos um juízo positivo".
O presidente cessante do Conselho de Administração da TAP afirmou hoje sair com a "tranquilidade do dever cumprido", numa carta aos trabalhadores, explicando que a saída resulta da falta de conjugação de vontades para continuar entre o próprio e o Estado.
"Sairei com a tranquilidade do dever cumprido, de ter sido sempre leal à TAP, ao Estado português, como seu acionista de referência, e a Portugal", expressou Miguel Frasquilho, numa carta de despedida enviada aos trabalhadores da TAP, a que a Lusa teve acesso.
Miguel Frasquilho cessará funções como 'chairman' do grupo TAP na altura da próxima Assembleia Geral marcada para 24 de junho, tendo já sido proposto Manuel Beja para o substituir.
"Para poder continuar nas funções que tenho vindo a desempenhar, seria necessária, como sempre disse quando questionado sobre o tema, uma conjugação de vontades entre mim próprio e o acionista Estado. Essa conjugação de vontades não existiu", explicou o 'chairman' que assumiu funções em 2017.
Presidente do conselho de administração da TAP desde 2017, Miguel Frasquilho, deverá ser substituído por Manuel Beja, segundo a proposta que irá à Assembleia Geral convocada para o próximo dia 24.
Manuel Beja, licenciado em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão, tem experiência na área de tecnologia de informação e esteve anteriormente na Novabase.
De acordo com a informação, disponível no 'site' da companhia aérea, os restantes nomes a propor para o Conselho de Administração são Christine Ourmieres-Widener, Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Monteiro Pires e João Pedro da Conceição Duarte.
Pedro Nuno Santos disse ainda, quanto ao possível despedimento coletivo de trabalhadores na transportadora tem "muita consciência do impacto que este processo de reestruturação duro está a ter nos trabalhadores da TAP", explicando que é preciso atingir um equilíbrio entre os cortes de custos e a injeção de dinheiro na companhia.