Maio, mês de desafios e de grande responsabilidade para a PSP
Quando escrevo o presente texto continua a desenrolar-se a festa dos adeptos do Chelsea, com algumas cenas menos agradáveis na cidade do Porto. Terminada a final da Liga dos Campeões, assistiram-se a alguns confrontos entre adeptos ingleses na zona da Ribeira e na Alfândega da Fé, impondo como sempre a sadia e eficiente intervenção dos profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP) para acalmar os ânimos, que acabou por resultar em várias detenções, e alguns feridos, nomeadamente dois colegas de profissão.
Como facilmente se poderá compreender, deverá ser muito difícil falar sobre nada, ou mesmo que seja apenas sobre quase nada. Refiro isto para salientar que neste artigo sou quase obrigado a comentar os festejos comemorativos do Sporting como campeão nacional de Futebol, ocorridos entre os dias 11 e 12 de maio, na cidade de Lisboa, que mereceu por parte do Comando Metropolitano de Lisboa, um forte dispositivo policial, adequado aos acontecimentos que resultaram em alterações relevantes da ordem pública, devido ao elevado número de adeptos que circulavam e permaneciam ao longo do extenso itinerário do desfile, especialmente na Rotunda do Marques Pombal.
É deveras difícil, sendo que apenas consegui encontrar três aspetos com real importância. Num deles, mesmo que substantivo, outro com uma caraterística misteriosa, e um terceiro que me causou uma graça enorme. Portanto, vejamos o que consegui alinhavar sobre estes festejos.
Em primeiro lugar, a caraterística misteriosa. Refiro-me, à autorização por parte das entidades civis com competência que autorizaram estes festejos em tempos de pandemia, ignorando completamente as apreciações produzidas pela PSP.
Não conheço, como se perceberá, que tipo de pareceres foram feito pelos responsáveis, mas tenho de reconhecer que a atuação da PSP continua como sempre a manter o papel de “Messias” quando as coisas não correm muito bem, especialmente quando acontecem distúrbios, agressões e atos de vandalismo, obrigando ao uso da força pública, para fazer cessar aqueles comportamentos perigosos.
Em segundo lugar, o que nos criou a enorme graça que marcou aqueles festejos. Foi deveras interessante escutar por parte de alguns responsáveis, incluindo políticos, jornalistas e alguns comentadores das televisões, aquelas fantásticas opiniões que a culpa dos resultados dos festejos foi da própria atuação da polícia. Bom, tenho de garantir aqui que desatei a rir, contaminando alguns dos que comigo se encontravam.
E, em terceiro lugar, o grande vencedor destas festividades, que foi, indubitavelmente, os desordeiros, os delinquentes, os incumpridores das regras, os fanáticos. Saíram dali completamente por cima da esclerose política, que há muito, atingiu os nossos políticos mais proeminentes do atual momento do nosso País. E é o que penso poder dizer desta pobreza de fazedores de opinião, plena de aspeto terceiro mundista, que nada percebem de segurança pública.
Por falar em segurança pública, foi com uma enorme satisfação e com um orgulho muito grande que, como profissional, pude assistir à exemplar intervenção do Comando Metropolitano do Porto e da Unidade Especial da PSP, no controlo e na manutenção da ordem, durante a Cimeira Social que se realizou no Porto, que contou com a presença de 24 dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos para definir a agenda social da Europa para a próxima década e exigiu medidas de vigilância e segurança especializadas.
Compreender-se-á, porém, que escreva estas palavras com o pensamento e o coração na UEP, que merece uma palavra minha: o papel fulcral por parte dos técnicos das subunidades operacionais do Corpo de Segurança Pessoal, do Corpo de Intervenção, do Grupo de Operações Especiais, do Grupo Operacional Cinotécnico e dos técnicos da Inativação de Explosivos, que resultou numa eficácia tremenda, num evento que se saldou num êxito indiscutível, com a presença de 27 delegações.
Termino, pois, como, de certo modo, comecei. Deixo, pois, um abraço de parabéns à PSP, pelo modo muitíssimo exemplar como souberam acompanhar e controlar os recentes acontecimentos por todo o Portugal. Esta é, agora inquestionavelmente, a minha polícia.
Se a isto juntarmos a realidade por mim conhecida, e vivida, estão aqui bons exemplos, já com provas dadas internacionalmente, para outras autoridades congéneres lá de fora, muito em particular as naturalmente violentas e despropositadas polícias nos Estados Unidos.