Saída do Reino Unido da UE agravou limitação de pessoal do SEF na Madeira
O novo director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), César Inácio, admitiu, esta manhã, após uma audiência no Palácio de São Lourenço com o representante da República, que o quadro de recursos humanos desta polícia na Madeira é limitado para controlar o movimento normal de entrada e saída de estrangeiros no arquipélago, sendo que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) veio complicar a missão, devido à exigência de controlo dos respectivos cidadãos.
O inspector explicou que o ano 2020 foi “atípico”, com a redução da circulação de estrangeiros devido à pandemia. Mas que agora já se verifica uma retoma da actividade normal. “Não posso mentir que as condições, as frequências de voos e de navios de cruzeiro num momento pós-pandemia [os recursos humanos] nunca serão suficientes para o que vem aí”, reconheceu César Inácio, que observou ainda que “o Brexit também veio trazer alterações substanciais no modelo de controlo dos cidadãos britânicos”. “Isso exige da nossa parte uma resposta diferente, tempos de controlo diferentes, mais recursos humanos a necessitar de presença física”, acrescentou o director do SEF, que nota que “faltam sobretudo inspectores”. A este respeito, apontou o exemplo do Porto Santo, que está a receber voos do Reino Unido e onde só estão colocados três funcionários.
Ficou acertado nesta reunião que o representante da República, Ireneu Barreto, vai efectuar uma visita aos serviços do SEF na Madeira para agradecer o trabalho realizado nos meses mais exigentes da pandemia, à semelhança do que já fez em relação à PSP, GNR e Polícia Marítima.