“Se queremos ganhar o futuro, é necessário credibilizar a política e os políticos"
Presidente da Assembleia Municipal de Machico justifica ausência de convidados (Governo Regional) devido à situação pandémica
Sem a presença do Governo Regional ou mesmo do Representante da República, como era hábito, coube ao presidente da Assembleia Municipal de Machico, João Bosco de Castro, presidir hoje à comemoração do Dia do Concelho.
Na cerimónia reservada apenas aos eleitos e demais autarcas com assento nos órgãos municipais, realizada na Sala de Exposições do Museu da Baleia, coube a João Bosco encerrar a sessão, com um forte apelo à participação e à necessidade de credibilizar a actividade política.
Porque “a democracia, apesar de tudo, não está suspensa”, convidou os munícipes a “acompanhar as assembleias municipais. Venham porque a casa é vossa, informem-se e participem. Só assim teremos mais e melhor democracia local”, disse.
Mas também afirmou que “se queremos ganhar o futuro, é necessário credibilizar a política e os políticos, apostar nos mais preparados, nos mais capazes e atrair jovens” para “inverter o desinteresse pela política, apontada em vários estudos como inversamente proporcional ao interesse pelas redes sociais”, comparou.
Em jeito de balanço ao mandato, assinalou que “continuamos a ser das poucas assembleias do país em que não necessitámos de sessões extraordinárias”, não deixando de registar que esta opção implica poupança de recursos para o município.
Deu conta que a assembleia que dirige foi reconhecida, a nível nacional, “com uma menção honrosa no concurso de boas práticas nas assembleias municipais” e congratulou-se que “todas as assembleias da Madeira aderiram à Associação Nacional [das Assembleias Municipais], num percurso que se iniciou em Machico”, lembrou.
Antes, e apenas na presença dos eleitos à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e presidentes de Junta de Freguesia, João Bosco fez questão de vincar que assinalar hoje o Dia do Concelho é “recordar o feito de há 581 anos”, por ter sido a 8 de Maio de 1440 que foi “feita a doação da Capitania de Machico, a primeira dos Descobrimentos, a Tristão Vaz Teixeira, pelo Infante D. Henrique, então regedor da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse.
Dia do Concelho que só a partir de 2019 deixou de ser a 9 de Outubro – Dia do Senhor dos Milagres – para ser assinalado a 8 de Maio, “o dia escolhido pelo seu significado que permitiu acertar o passo com a História e dar a idade certa ao nosso município”, reafirmou.
De resto, o autarca socialista justificou a ausência de convidados na sessão que marcou o retomar presencial da celebração.
“Este ano, a exemplo do ano transacto, não podemos proceder de forma que nos é habitual, com uma sessão solene, a recepção dos nossos convidados e as festividades associadas”, por Machico ser um concelho “até há pouco tempo debaixo do foco de casos de Covid-19 a nível do país e a cerimónia nessa altura não poderia contar com convidados. Havia que fazer previsões e à cautela preferimos não convidar para não cometermos a indelicadeza de cancelarmos em cima da hora”, justificou.
A forma alternativa foi reinventar a sessão com uma “solução mista, presencial/ redes sociais”, concretizou.