“A luta sindical nunca poderá ser só para elites”
Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais não compreende contestação relativamente à equiparação salarial
O secretário regional do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Pabulo Freitas, diz não compreender a posição assumida pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores que afirmou não concordar com a proposta de equiparação salarial dos bombeiros voluntários a sapadores, apresentada pela Federação de Bombeiros da Região Autónoma da Madeira.
Para o secretário, é lamentável isto acontecer “quando todos nós referenciamos o profissionalismo nesta actividade, quando todos nós defendemos a valorização até mesmo financeira destes operacionais”. “E mais, apresentamos medidas de combate à falta de efectivos em todas as associações de bombeiros voluntários, e surgem opiniões um tanto ou quanto incompreensíveis!”, acrescentou.
Não faz qualquer sentido que estes homens e mulheres, que desempenham a mesma actividade e o mesmo nível de profissionalismo, tenham rendimentos completamente diferentes.
Pabulo Freitas
Pabulo Freitas lembrou que a Região Autónoma da Madeira é a única do país que, desde 2004, aplica o salário destes profissionais das associações de bombeiros voluntários à tabela salarial dos extintos Bombeiros Municipais, resolução nº720/ 2004.
“Considerando que esta medida já na altura apresentada pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais e que, após reunião com presidente do Governo Regional Alberto João Jardim e também com o presidente da Federação Regional de Bombeiros, Rocha da Silva, o documento foi aceite e aprovado em Assembleia regional importa lembrar que na altura (ano de 2004) os bombeiros municipais nunca contestaram tais medidas por uma razão muito simples: era de extrema justiça esta classe de bombeiros usufruir de vencimentos mais justos. Mesmo assim, ainda há muito a fazer por estes profissionais de socorro”, sublinhou.
Referiu ainda que nestes últimos anos “o trabalho deste sindicato com o Governo de Miguel Albuquerque e com a importante colaboração de Rubina Leal melhorou imenso e assim foi possível manter esta tabela salarial e as promoções de uma parte dos bombeiros profissionais das associações. Com a nomeação do secretário regional da saúde, Pedro Ramos e com a chegada do presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, José Dias, e mais uma vez com a dedicação e empenho do secretariado regional do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais foi possível promover todos estes bombeiros”.
Pabulo Freitas defende que “a luta sindical nunca poderá ser só para elites” e recorda que “esta estrutura sindical esteve em negociações com os vários Governos da República durante dezanove anos para conseguir um estatuto digno para os ‘bombeiros do estado’. O tão falado dc. nº 86/2019 de 2 de Julho, não foi o desejável, mas foi sem dúvida uma grande vitória para estes profissionais de socorro da função publica!”.
“A Federação Regional de Bombeiros na pessoa de Martinho Freitas apresentou a proposta de estatuto social dos bombeiros assalariados das associações humanitárias, um importante documento para regulamentar a carreira, a progressão, o salário, os direitos e os deveres destes homens e mulheres. É de extrema importância referir que este sindicato e esta federação estão em sintonia na elaboração deste importante documento. Não faz qualquer sentido que estes homens e mulheres, que desempenham a mesma actividade e o mesmo nível de profissionalismo, tenham rendimentos completamente diferentes. O ideal seria que fossem todos bombeiros sapadores, mas infelizmente não é exequível por razões jurídico-legais como é óbvio”, reforçou, admitindo não compreender esta posição de dirigentes regionais representativos de sindicatos minoritários! Por fim, questionou: “porque não contestaram por exemplo a equiparação dos bombeiros municipais a sapadores? Tiveram 18 anos até publicação do estatuto! O Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais sempre foi o maior sindicato representativo dos bombeiros nacionais e regionais e estará sempre na defesa intransigente e dos interesses de todos os bombeiros profissionais, independentemente do nome ou cor!”