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Corredores humanitários criados na Colômbia para transportar alimentos e medicamentos

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O provedor de Justiça da Colômbia autorizou a abertura de 60 corredores humanitários para permitir a passagem de alimentos e medicamentos, bem como a mobilização de médicos e o transporte de feridos durante os protestos contra o Governo.

Os 60 corredores humanitários foram criados em 17 dos 32 departamentos do país, numa altura em que os tumultos por parte da população abrandam.

A provedoria de Justiça explicou, numa declaração, que os corredores humanitários que foram abertos situam-se em Arauca, Bolívar, Cauca, Cundinamarca, Huila, Meta, Norte de Santander, Caldas, Nariño, Risaralda, Boyacá e Valle del Cauca, entre outros departamentos.

Segundo o Governo da Colômbia, cerca de 28 mil toneladas de alimentos e combustível foram retidas pelos bloqueios, acabando por afetar o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19 devido à perturbação da ordem pública, em Cali e Bogotá.

As revoltas causaram perdas económicas não só aos transportadores mas também aos produtores agrícolas, que não tinham forma de chegar aos mercados.

A falta de oxigénio também se verificou em várias cidades, incluindo Cali, o epicentro dos protestos contra o Governo e dos incidentes mais violentos.

A provedoria de Justiça afirmou, em comunicado, que a decisão de criar um corredor humanitário, em Cali, foi tomada após uma reunião entre o provedor de Justiça, Carlos Camargo, as autoridades regionais e manifestantes.

Graças a este acordo, foi permitido o fornecimento de "oxigénio, medicamentos e alimentos, bem como a entrada e saída de camiões de limpeza e o fornecimento de gasolina no setor".

"Embora as atuais circunstâncias do país sejam difíceis, devemos também destacar os progressos e acordos que alcançámos em várias regiões através dos corredores humanitários pelos quais circularam camiões com alimentos, medicamentos e combustível", explicou Camargo, citado num comunicado do seu gabinete.

A presidente da Câmara de Comércio Colombiano-Americana, María Claudia Lacouture, apelou aos manifestantes que ainda estão a bloquear as estradas para permitirem a passagem de veículos, a fim de restabelecer o abastecimento normal.

Lacouture acrescenta que "os bloqueios de estradas afetam todos os colombianos" e que atrasa ainda mais o processo de recuperação económica do país.

A Colômbia enfrenta várias manifestações, desde 28 de abril, contra o Governo do Presidente Iván Duque, que até agora provocaram 11 mortos, segundo a procuradoria colombiana, embora as organizações sociais afirmam que haja 37 vítimas mortais.

Durante os protestos, os manifestantes bloquearam o movimento em bastantes estradas, em várias regiões do país, impedindo a passagem de camiões carregados de alimentos e mantimentos, e mesmo ambulâncias e pessoal médico.