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O Funchal merece mais e melhor

A Câmara Municipal do Funchal anunciou uma candidatura a “Capital Europeia da Cultura” em 2027. Tal propósito poderia contribuir para a definição de uma estratégia de longo prazo para o desenvolvimento da cidade. O objetivo deveria congregar vontades, mobilizar para o mais amplo diálogo participativo, reunir competências, potenciar a pluralidade das interações à volta daquela candidatura que, ao longo dos próximos meses, deveria dar passos importantes.

Se compararmos o que até agora fez o Funchal com outras das candidaturas que para 2027 se candidatam a “Capital Europeia da Cultura”, o confronto dos projetos, dos programas e das iniciativas deixam, inequivocamente, a confirmação de que o Funchal merecia mais e melhor.

Todas as candidaturas têm objetivos próprios e estratégias específicas na edificação de credibilidade e razoabilidade dos seus projetos. Contudo, a fase preparatória de cada candidatura a “Capital Europeia da Cultura” corresponderá a uma etapa crucial. Desde logo, pelas dinâmicas agregadoras que se possam constituir, pela inovação dos discursos e pela força apelativa que se consiga desenhar. Por isso, o processo é muito importante, é o que permite afirmar um trabalho fundamental de diálogos e parcerias construtivas com os cidadãos, com os territórios e com as instituições.

Lamentavelmente, a Câmara Municipal do Funchal tem implementado uma desastrosa candidatura do Funchal a “Cidade Europeia da Cultura”. Salta à vista a fraca proposta estratégica – no tempo, no tipo, no alcance e nos valores das medidas anunciadas. Em vez do processo de diálogo e do aglutinar de sinergias à volta de um projeto coletivo, pelo contrário, a Câmara Municipal do Funchal tem preferido o dirigir dos negócios, a opacidade dos interesses e desmandos na candidatura, em prejuízo do interesse público.

Assim, está desperdiçada mais outra oportunidade para ir mais além…