Madeira

AMI e Cáritas apoiam perto de três mil pessoas na Madeira

None

O Centro Porta Amiga da AMI dá apoio a 300 pessoas, das quais 61 sem-abrigo, e a Cáritas Diocesana do Funchal a 853 famílias, num universo de 2.500 pessoas, revelaram hoje estas entidades na Assembleia Legislativa da Madeira.

A diretora técnica do Centro Porta Amiga - Departamento de Ação Social da AMI - Assistência Médica Internacional, Cristina Meneses, e o presidente da Cáritas Diocesana do Funchal, Duarte Pacheco, foram ouvidos hoje em audição parlamentar requerida pelo PCP sobre "as implicações concretas e eficácia do Plano Regional para Inclusão de Pessoas Sem-Abrigo (2018 - 2022)".

A diretora do Centro Porta Amiga reconheceu que a situação da pandemia da covid-19 limitou as condições de trabalho, sobretudo aquando do confinamento, tendo continuado o apoio no Centro de Acolhimento Temporário no Pavilhão dos Trabalhadores.

"Tivemos de reduzir muito os nossos serviços", disse, salientando, contudo, que "o plano em si procura integrar, complementar e potencializar recursos e tem vindo a ser construído e não parou independentemente da pandemia".

O Centro Porta Amiga acompanha 61 pessoas em situação de sem-abrigo, mas o apoio dado pela AMI abrange mais de 300 pessoas que, segundo Cristina Meneses, "muitas idosas com doença mental, mas também pessoas em idade ativa com problemas mentais".

"São pessoas que não estão em situações de sem-abrigo, mas estão cada vez mais isoladas devido à doença mental e muitos jovens com esquizofrenia", referiu.

Para Cristina Meneses, os sem-abrigo "são todos muito vencedores", mas, "no entanto, a problemática mais iminente nestas pessoas são os consumos de droga".

"Parece-me que vem aí, por aquilo que vejo e leio nos jornais, um aumento significativo de pessoas sem-abrigo e situações a necessitar de apoio por causa do desemprego", admitiu, realçando também que as consultas e o acompanhamento das pessoas com problemas mentais devem ser reforçadas.

O presidente da Cáritas Diocesana do Funchal, Duarte Pacheco, revelou, por seu lado, que em 2018 860 famílias pediram apoio, cabazes alimentares, num total de 2.500 pessoas.

Em 2019, foram 561 famílias num total de 1.600 pessoas, "mas, em 2020, apesar do relatório não estar ainda concluído, há já 853 famílias, o que quer dizer que se está próximo dos números de 2018".

Duarte Pacheco revelou ainda que o Fundo de Emergência Social do Governo Regional, em 2020, apoiou 175 famílias atingidas pela denominada "pobreza envergonhada, classe que viu os seus rendimentos reduzidos pela pandemia".

"Assusta-me um pouco toda esta situação futura, até acredito que a situação pandémica se suavize, mas a parte económica não anda ao mesmo nível da saúde e vamos ter aí um problema grave de saúde económica", alertou.

A Madeira registou na quarta-feira mais 20 casos novos de covid-19, passando a contar, desde 16 de março de 2020, 9.055 casos confirmados, 71 óbitos e, atualmente, 276 situações ativas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.