Greve do SEF não defraudou as expectativas
Objectivo de não lesar passageiros e a economia deixou sindicato satisfeito
A requisição civil dos inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) nos aeroportos, que adiram à greve, iniciada esta manhã no Aeroporto da Madeira e a continuar no mês de Junho noutros aeroportos nacionais, não defraudou as expectativas do Sindicato dos Inspectores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), assegurou Carlos Costa, delegado regional do SIIFF na Madeira.
“As nossas expectativas nunca foram de lesar o público ou de lesar a economia. Foi de chamar a atenção para a nossa situação e isso aconteceu”, esclareceu. Ao reafirmar que o que interessava não era causar perturbações aos passageiros nem à economia, o inspector delegado sindical mostrava-se satisfeito por esta manhã não terem ocorrido “grandes confusões de passageiros à espera de serem controlados” no Aeroporto Internacional da Madeira - Cristiano Ronaldo, onde no intervalo de hora e meia aterraram cinco aviões provenientes do Reino Unido, e um total de mais de meio milhar de passageiros.
Admite que alguns atrasos à chegada à Madeira também contribuíram para uma menor concentração de turistas no controlo de fronteira, “ainda assim houve alguns passageiros que esperaram algum tempo na placa porque não tinham lugar na sala de espera para o controlo documental”, confirmou. Admite que no máximo alguns passageiros possam ter demorado até perto de uma hora para concretizar o desembarque, tempo ainda assim pouco significativo quando comparado com outros destinos, nomeadamente à chegada ao Reino Unido.
Com a convicção que o SEF não defraudou o Estado em relação ao controlo nem à segurança, Carlos Costa lembra que a qualquer instante a greve pode ser suspensa.
“A nossa greve pode facilmente ser cessada desde que o senhor ministro (Eduardo Cabrita) aceda a informar-nos qual é o nosso futuro. De momento só estamos em greve porque até ao momento o senhor ministro não nos diz nem mandou dizer qual vai ser o nosso futuro. Apenas nos disse que o serviço ia ser extinto – ele chama-lhe remodelação, mas na realidade é uma extinção. As competências são espartilhadas por quatro entidades díspares, e nós inspectores tal como os funcionários administrativos, não sabemos o que é que vão fazer no dia seguinte”.
Outra reivindicação do sindicato é que a discussão sobre o futuro do SEF “vá à Assembleia [da República]. Tem de ser discutido na Assembleia da República e saber qual é o nosso futuro”, exige.
Esclareceu ainda que esta manhã, no Aeroporto da Madeira, “estiveram cinco elementos do SEF, três a fazer o controlo de entrada (desembarque) e dois a fazer o controlo de partidas (embarque)” ressalvando que este contingente é o mesmo número dos elementos que constavam na escala anual que foi enviada para a Direcção-geral do SEF a 1 de Janeiro”, concretizou.