Desporto

Alemanha e Espanha repartem 'poleiro' no Europeu, Portugal foi o 10.º campeão

A Alemanha (1972, 1980 e 1996) e a Espanha (1964, 2008 e 2012), ambas com três títulos, repartem a liderança do 'ranking' do Europeu de futebol, que começou em 1960 e teve Portugal como 10.º vencedor, em 2016.

A 'Mannschaft' já liderou de forma confortável a tabela, uma vez que, ainda como República Federal Alemã (RFA), foi a primeira a seleção a chegar aos dois cetros e alcançou o 'tri', em 1996, antes de qualquer adversário atingir o 'bis'.

Por seu lado, 'la roja' venceu a segunda edição, em 1964, para, 44 anos depois, em 2008, chegar ao 'bis', antes de, em 2012, se tornar a primeira seleção da história -- e até agora única -- a revalidar o cetro.

Entre o primeiro e o segundo título dos espanhóis, a França foi o segundo país a alcançar os dois cetros, o que aconteceu com as vitórias nas edições de 1984 e 2000, em ambas após triunfos sobre Portugal nas meias-finais.

Além de alemães, espanhóis e franceses, mais sete seleções arrebataram o troféu Henry Delaunay, a União Soviética (1960), a Itália (1968), a Checoslováquia (1976), os Países Baixos (1988), a Dinamarca (1992), a Grécia (2004) e Portugal (2016).

A Alemanha venceu logo na sua primeira fase final, em 1972, ano em que, numa decisão a quarto (foi assim até 1976), superou a anfitriã Bélgica, nas meias-finais (2-1), e a URSS, na final (3-0), com Gerd Müller a 'bisar' nos dois encontros.

Já numa fase final a oito (até 1992), os germânicos, liderados pela classe de Bernd Schuster e Karl-Heinz Rummenigge, 'bisaram' em Itália, em 1980, num percurso finalizado com um triunfo por 2-1 sobre a Bélgica, com dois golos do 'gigante' Horst Hrubesch, aos 10 e 88 minutos.

Já a 16 (até 2012), a Alemanha arrebatou o 'tri' na pátria do futebol, em 1996, num trajeto que incluiu precisamente um triunfo sobre a anfitriã Inglaterra, na 'lotaria', e culminou com uma vitória por 2-1 sobre a República Checa, selada a 'ouro' pelo suplente Oliver Bierhoff.

Por seu lado, a Espanha ganhou o primeiro cetro enquanto anfitriã (Marcelino selou o 2-1 à União Soviética, na final de 1964, no Bernabéu), tendo repetido a façanha em 2008, na Áustria e Suíça, com uma vitória final sobre a Alemanha (1-0), graças a um tento de Fernando Torres.

Na edição seguinte, na Polónia e Ucrânia, os espanhóis, de Xavi, Iniesta, Casillas ou Ramos, revalidaram o cetro, depois de um percurso em que só sentiram dificuldades face a Portugal, que derrubaram nos penáltis, nas 'meias', para, depois, selarem a maior goleada em finais, frente à Itália (4-0), com arbitragem de Pedro Proença.

Quanto à França, venceu em 1984, em casa, por obra e graça de Michel Platini, que marcou (nove golos) em todos os jogos, e repetiu a façanha em 2000, no primeiro europeu em dois países (Países Baixos e Bélgica), como 'golos de ouro' nas 'meias' (Zinedine Zidane) e na final (David Trezeguet), em triunfos por 2-1 face a Portugal e Itália, respetivamente.

Bem antes, na primeira edição, Viktor Ponedelnik entrou para a história com o primeiro 'herói' dos Europeus, ao ser o autor do golo da vitória soviética, em 1960, na final com a Jugoslávia, resolvida no prolongamento (2-1).

Depois do primeiro triunfo da Espanha, em 1964, a Itália venceu em 1968, ao bater a Jugoslávia, no jogo de desempate, por 2-0, após 1-1 no primeiro embate da final, à qual chegou à custa de uma 'moeda ao ar', nas 'meias', face aos soviéticos.

A RFA chegou ao 'bis' com triunfos em 1972 e 1980 e, pelo meio, em 1976, também quase ganhou, não fosse o famoso 'penálti à Panenka', o original, obra de Antonin Panenka, que selou o triunfo (5-3) da Checoslováquia na 'lotaria'.

A seguir ao triunfo caseiro de Platini e da França, em 1984, o futebol fez, finalmente, 'justiça', aos Países Baixos, que, liderados por Ruud Gullit e Marco van Basten, venceram a edição de 1988, naquela que continua a ser a única grande vitória da 'laranja mecânica', vice-campeã mundial em 1974, 1978 e 2010.

Os dois países que, a seguir, entraram pela primeira vez na lista de vencedores não poderiam ser mais inesperados: a Dinamarca, em 1992, e - após o 'tri' da Alemanha (1996) e o 'bis' da França (2000) - a Grécia, em 2004.

Os dinamarqueses foram repescados à última hora, face à 'Guerra dos Balcãs', que excluiu a Jugoslávia, e fizeram a festa na Suécia, depois de deixarem pelo caminho potências como França, Países Baixos e Alemanha (2-0 na final).

Por seu lado, os helénicos entraram no Dragão sem triunfos em fases finais e saíram da Luz com o 'caneco', num percurso a eliminar com o pleno de 'letais' 1-0, a gauleses, checos e, na final, ao anfitrião Portugal.

Após os dois triunfos de Espanha, em 2008 e 2012, foi a vez de Portugal entrar na lista dos campeões, após um trajeto imensamente feliz, com três empates a abrir, um único triunfo nos 90 minutos, outro nos penáltis e dois no prolongamento, incluindo a final com a França (1-0), decidida por Éder.

O conjunto das 'quinas' vai, assim, disputar o Euro2020, adiado para 2021 devido à pandemia da covid-19, na qualidade de detentor do título, numa 16.ª edição que se realiza de 11 de junho a 11 de julho, em 11 cidades de 11 países.