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Histórias de hoje

A Caixa Geral de Depósitos abriu, há alguns dias, um novo escritório em Joanesburgo, na África do Sul

Venezuela - A Força da SaudadeNuma sociedade global, onde as fronteiras são cada vez mais líquidas, é sempre bom saber lembrar a importância de ser português. A história conta-se em poucas linhas, mas cada palavra carrega o peso do amor de uma mãe e a saudade de um filho.

A jovem madeirense entrou nos serviços da Direção Regional das Comunidades no início de dezembro de 2020. Consigo trazia o olhar triste de quem não vê o filho há um par de anos, e o imenso desejo em trazê-lo da Venezuela para que pudessem passar o Natal juntos.

Trazia a história do desencontro, que é a sua, mas poderia ser de tantos outros emigrantes. Em 2018, logo após o divórcio, decidiu regressar à Madeira vinda da Venezuela. Com as passagens marcadas, para si e para o filho de oito anos, viu o sonho ser despedaçado por uma ordem de restrição do tribunal, interposta pelo ex-marido, que proibia a viagem do filho para Portugal. Teve de partir sozinha.

Durante dois anos esta mãe batalhou sozinha, até que decidiu procurar ajuda junto dos serviços da Direção das Comunidades. Os técnicos da DRCCE foram incansáveis. Em apenas 4 meses, conseguiram a renovação do passaporte, a emissão do cartão de cidadão do menino, e a autorização da viagem da Venezuela para o estrangeiro, apesar de todas as restrições devido à pandemia. O filho só poderia viajar com estes documentos e autorizações.

Há quatro semanas a mãe fez a viagem da sua vida em direção ao reencontro. Foram mais de 20 horas. Entre check-ins e lounges de aeroportos, de avião em avião. Da Madeira para Lisboa. De Lisboa para Madrid. De Madrid para Istambul, Turquia. Da Turquia para Caracas, Venezuela. Finalmente esta mãe via o filho, agora com 10 anos, e trazia-o da Venezuela, via Turquia, até a Madeira.

O último Natal, não o passaram juntos. Mas é certo que agora, mãe e filho reunidos, terão pela frente um futuro e muitos Natais para passarem juntos e construírem memórias felizes.

Lesados do BANIF

Passados seis anos após a extinção do Banif, o primeiro-ministro continua a ignorar a responsabilidade que o Estado tem para com os lesados. Está na hora do primeiro-ministro cumprir com a palavra e criar o Fundo de Recuperação de Crédito, para assegurar que as vítimas daquela instituição possam ser ressarcidas.

Recorde-se as palavras do primeiro-ministro, quando em 2017, veio à Região, numa missão eleitoralista e foi confrontado com uma manifestação da ALBOA em frente às câmaras: “Estas pessoas foram enganadas e têm de ser compensadas”, disse.

Mas então, quem enganou quem? O Estado, claro! Ou não fosse o Estado detentor de 90% do capital de um banco que utilizou métodos ilícitos para vender produtos financeiros de alto risco. Se houve um abuso do nome do Estado para legitimar tais operações, o que fez o Estado para defender o seu bom nome? O que fez o Estado para defender o interesse dos seus cidadãos? Nada!

O Estado falhou rotundamente em todas as linhas. Uma situação inaceitável e vergonhosa que já dura desde 2015, para mal daqueles que, por confiarem numa instituição ‘protegida’ pelo Estado, e acabaram atirados para uma situação de grande fragilidade económica.

Mas é este mesmo Estado que continua a ter dois pesos e duas medidas.

Houve e continua a haver milhares de milhões de euros para injeções de capital no ex-BES (Novo Banco), e não há dinheiro para os lesados do Banif?

Que a justiça seja reposta a todos os lesados do BANIF. Afinal, o Estado é, ou deveria ser, pessoa de bem.

África do Sul

A Caixa Geral de Depósitos abriu, há alguns dias, um novo escritório em Joanesburgo, na África do Sul. Um sinal positivo para o país e mais uma instituição financeira ao dispor dos portugueses e madeirense ali residentes. Um sinal de confiança na economia sul africana e na nossa comunidade. Saúde-se a iniciativa, quando, ao mesmo tempo, em outros países, se assiste a sinais contrários.

Reino Unido

A minha primeira visita às comunidades aconteceu na semana passada ao Reino Unido, mais propriamente Londres, onde vive a nossa terceira maior comunidade no estrangeiro. No primeiro dia da reabertura dos voos entre o Reino Unido e a Madeira, o Governo Regional quis associar-se a esta data importante para todos – comunidade emigrante e turistas – estando junto dos seus conterrâneos.

A comunidade está otimista, com a reabertura do comércio e o restabelecimento dos voos, mas ao mesmo tempo expectante. Expectante com as consequências ainda desconhecidas da pandemia e a imprevisibilidade do Brexit.

Mas os madeirenses têm confiança no país, como provam os 400 mil portugueses que já solicitaram às autoridades britânicas o estatuto de residente. E este é um sinal extremamente importante para o futuro.

Quo Vadis PSD nacional?

Rui Rio foi ao “Congresso das Direitas” dizer que o PSD afinal não é um partido da direita, mas do centro. Não teria melhor sítio para o fazer. O PSD continua assim, na senda dos últimos anos, a não querer assumir uma posição de liderança de toda a direita portuguesa e de oposição e alternativa à esquerda. Em política não há espaços vazios. Se não os preenchemos, outros o farão. E, com tudo isto, António Costa continua a rir à gargalhada.