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Secreta dinamarquesa ajudou EUA a escutar telemóvel de Merkel

FOTO FILIP SINGER/EPA
FOTO FILIP SINGER/EPA

Novas revelações sobre o escândalo de espionagem realizado pelos Estados Unidos da América (EUA) à chanceler alemã, Angela Merkel, e a outros políticos europeus, comprometem a Dinamarca, cujos serviços secretos terão, alegadamente, contribuído para a espionagem.

Segundo o diário alemão 'Süddeutsche Zeitung' e das televisões públicas NDR e WDR, citados pela agência de notícias espanhola Efe, os serviços dinamarqueses terão ajudado a Agência de Segurança Nacional americana (NSA) a colocar escutas nos telemóveis de Merkel e do então ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, atual Presidente da Alemanha.

O escândalo sobre as escutas foi divulgado em 2013 e afetou as relações entre os dois grandes aliados transatlânticos, Berlim e Washington. Merkel fez questão de expressar o seu descontentamento ao então Presidente norte-americano, o democrata Barack Obama, considerando tratar-se de "espionagem inaceitável entre amigos".

Várias investigações jornalísticas revelaram que a NSA realizava práticas de espionagem a vários líderes europeus e ao Banco Central Europeu desde a década de 1990. De acordo com as informações agora reveladas, a Dinamarca estava ciente do teor das atividades e, possivelmente, cooperou com os Estados Unidos para realizá-las. A questão compromete a Dinamarca na sua dupla condição de vizinho da Alemanha e de parceira da União Europeia (UE), segundo os órgãos de comunicação social alemães.

A cooperação dinamarquesa com a NSA tornou possível não apenas colocar escutas no telefone de Merkel, mas também no dos outros líderes dos países nórdicos, como a Suécia e Noruega.