Madeira

Queridos nómadas

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Boa noite!

Tenho acompanhado a aventura dos nómadas digitais desde Fevereiro quando aqui chegaram, não hesitando em considerá-los como nossos desde bem cedo, como prova a capa do MAIS DIÁRIO de 9.2

Hoje dei-me ao trabalho de perceber junto do gestor do projecto, Gonçalo Hall, de que é feito o sucesso que é mediatizado pela imprensa internacional insuspeita, que corre mundo de forma tão estonteante e que gera uma procura admirável pela Região, potenciando um sem número de oportunidades porventura impensáveis até agora.

Não há segredos. Bastou juntar à saudável dose de loucura de quem tem ideias, a boa velocidade da Internet, o envolvimento dos decisores locais e a capacidade de fazer diferente uma realidade que todo o mundo conhece, criando comunidades de interesses específicos, envolvendo os madeirenses no processo e proporcionando as experiências únicas que o arquipélago dá de forma generosa.

A combinação preparada ao pormenor gerou uma atractividade tal que tanto seduziu nómadas que ganham 50 mil euros por mês, como freelancers com remunerações bem mais modestas. Com a vantagem de não serem tratados como invasores, antes como novos motores de uma sociedade descrente que tende a perder vida e sonho.

Tanto assim é que já falta espaço na Ponta do Sol, a primeira Vila Nómada Digital na Região, para acolher os milhares que aguardam vez. Neste momento há 6.500 inscrições em lista de espera, 1.500 das quais de nómadas oriundos dos EUA que aguardam pelo fim das restrições ditadas pela pandemia para descobrir a ilha da natureza, do sol, do surf, das levadas e do povo que acolhe “de forma incrível”, factores que Gonçalo Hall julga serem decisivos na escolha, comprovadamente bem sucedida.

Urge criar novas vilas, nas duas ilhas, mesmo correndo o risco daquela que seria uma passagem breve e experiência de curta duração evoluir para um outro movimento. Há já quem queira ficar por aqui, deixando por isso de ser nómada. Alguns dos que deviam sair em Junho vão comprar casa. Outros criam projectos tendo a Madeira como berço.

O momento é entusiasmante e histórico, com elevado potencial de crescimento. Por uma questão de justiça, o seu a seu dono. O projecto é desenvolvido pela Secretaria Regional da Economia, através da Startup Madeira, que não precisou de fazer muito para garantir uma notável mediatização do destino que, para além de seguro, é amigo do teletrabalho, da digitalização e da globalização, mesmo que, infelizmente, alguns dos locais permaneçam ainda na idade da pedra.