Madeira

Relva do Porto Santo Golfe não tem “problema estrutural”

Aparência de seca deve-se aos dias quentes e com ventos que se fizeram sentir nas últimas semanas, diz Nivalda Gonçalves

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Foto DR

A olho nu, o campo de golfe do Porto Santo, empreendimento concessionado à Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, parece encontrar-se num avançado estado de seca. Fotografias mostram um relvado que apresenta o tom dourado do resto da ilha e níveis baixos da quantidade de água acumulada nos diferentes lagos que entremeiam as zonas de jogo.

Ao DIÁRIO, Nivalda Gonçalves, presidente do Conselho de Administração das Sociedades de Desenvolvimento da Madeira, explica que “não existe nenhum problema estrutural, neste momento, na relva do Porto Santo.” Problemas de fundo já houve, no passado, mas “neste caso é somente a consequência dos últimos dias de calor.”

Explica que “trabalhamos numa ilha seca, com um terreno que não absorve a água, com limitações de água.” As duas últimas semanas, que registaram temperaturas elevadas na ilha, juntamente com o vento que também se fez sentir, levaram a uma situação de aparente seca na ‘Ilha Dourada’. “Todo o Porto Santo já está seco”, elucida a responsável.

É a Greenkeeper a responsável pela manutenção dos relvados do Porto Santo Golfe. A empresa “fez já este mês uma visita ao Porto Santo” e está a acompanhar a situação. Para além disso, “fizemos também um pedido de reforço de água à ARM.”

O Porto Santo Golfe é um campo sustentável, com a rega a ser feita com as águas tratadas pela ETAR. Assim, “sabendo que houve um período grande de pouca gente no Porto Santo, há também pouca abundância de água na própria ilha.” Com a retoma turística que se prevê para os próximos meses “há mais gasto de água, há mais tratamento de água, chega-nos mais água”, exalta.

Outro dos factores que leva ao agravamento visual da situação do campo de golfe prende-se com o recentemente realizado corte da relva. É necessária a manutenção do relvado, com o seu corte a permitir o crescimento de uma nova capa verde. Relativamente às lagoas, os baixos níveis de água estão relacionados com a canalização das águas, que estão a ser transferidas entre lagoas para ajudar a rega, com algumas a funcionar como reservatórios.

O aspecto de escassez de água deve-se “à realidade da ilha, com um clima muito forte, e aos tratamentos que a própria relva precisa.” Assim, “estamos a utilizar todos os meios que temos, sendo que não há nenhuma avaria a nível de bombas de água. Estamos, aliás, a fazer um procedimento para aquisição de novos equipamentos de água de rega, para ter como reserva.”

Nivalda Gonçalves garante que estão asseguradas as condições de jogo, sendo que “os greens são a nossa prioridade”. Acrescenta que “o campo a olho nu pode parecer seco, mas na zona de jogo implementámos medidas para não penalizar os jogadores.” O objectivo é que no Verão a situação esteja regularizada e os campos novamente verdes: “Vamos fazer todos os esforços para que no período de Verão o campo esteja nas melhores condições.”

Boas perspectivas para 2021

Num ano marcado pela pandemia, “houve um decréscimo na utilização do campo de golfe”, sobretudo porque, em Março de 2020, foi suspendida a operação da Dinamarca para o Porto Santo, sendo este um mercado relevante para o Porto Santo Golfe. Houve, ainda, um período de proibição da prática desportiva e, já este ano, de limitação à prática desportiva, relativo às medidas de contenção da covid-19.

Contudo, “esperamos que este Verão, com a retoma das operações turísticas que estão a decorrer, novas parcerias surjam.” Para o Verão e início de Inverno estão já alinhados quatro torneis a decorrer no Porto Santo Golfe, alguns com parcerias já existentes em anos anteriores. “Daqui para a frente irá haver sinais de melhoria de retoma em termos da prática de golfe no Porto Santo”, conclui Nivalda Gonçalves.