Definhamento de um PS sem Interior
Nestes últimos tempos, tenho andado a ler as habituais promessas eleitorais dos socialistas, que são consubstanciadas em críticas ao Governo Regional. Uma premissa natural da política e que mostra que os socialistas não inventaram a roda, ainda que tentem passar sempre essa teoria.
Nem todas as apostas do PS/Madeira são más, algumas até têm razão de ser, agora na política, tal como na vida, há que ser coerente e ter atenção aos telhados de vidro.
Envenenar a opinião pública é fácil, tornou-se bandeira da extrema direita e da extrema esquerda em Portugal, mas um partido como o PS/Madeira não se pode dar a este tipo de retórica, em especial com os perfis falsos no facebook. Tem de ter maior sentido de Estado e deixar o tentador facilitismo político, que tem procurado abraçar, simplesmente pela ganância dos votos.
Dizem os socialistas aos madeirenses que é fundamental investir no setor primário para inverter o definhamento dos concelhos mais a Norte. Tudo bem, tudo certo, mas convirá ter presente o Plano de Valorização do Interior, imposto pelo PS Nacional, que aprovou projetos no valor de cinco mil milhões de euros desde que foi criado, há quatro anos, para atrair e fixar pessoas nestes territórios, mas que apenas garantiu quatro mil empregos, que foram ocupados por algumas famílias que estavam no litoral e se deslocaram para interior e por muitos regressados emigrantes, maior parte deles com medo da pandemia Covid-19 e dos efeito colaterais que acarretou em termos económicos.
O Governo Central já gastou cinco mil milhões de euros para reconverter o interior e apenas conseguiu seduzir quatro mil pessoas. Ou seja, cada indivíduo que se fixou no interior justificou um investimento de 1 milhão e 250 mil euros. Isto diz bem da capacidade dos socialistas de "gerirem" dinheiros públicos.
Sónia Queiroz