Atirador de massacre na Califórnia tinha mencionado hipótese de matar colegas
O homem que matou nove pessoas a tiro na Califórnia, suicidando-se de seguida, tinha discutido, há mais de 13 anos, a possibilidade de matar pessoas na empresa onde trabalhava, disse a ex-mulher.
"Eu nunca acreditei nele. E nunca aconteceu. Até agora", disse hoje a ex-mulher, Cecilia Nelms, referindo-se às conversas tidas há pelo menos 13 anos, em que o homem referia a hipótese de vir a cometer homicídios.
O ataque aconteceu na madrugada de quarta-feira, na Autoridade de Transportes do Vale de Santa Clara, em San José, na Califórnia, e foi atribuído a um dos funcionários desta empresa municipal.
"Quando os nossos agentes entraram pela porta, ele ainda estava a disparar. Quando o nosso polícia o viu, ele matou-se", disse a xerife Laurie Smith, do condado de Santa Clara.
Os investigadores não revelaram o possível motivo do ataque, mas a ex-mulher disse que ele costumava voltar do trabalho ressentido e zangado com o que considerava serem atitudes injustas para consigo.
"Ele ficava a pensar nas coisas", confessou Nelms, que foi casada com o atacante durante cerca de 10 anos, até ao divórcio em 2005, mas que tinha perdido o contacto com ele há 13 anos.
A polícia recebeu o primeiro aviso do tiroteio às 06:34 de quarta-feira (12:34 em Lisboa), justamente no momento da troca de turno em que saíam os funcionários do turno da noite e chegavam os da manhã.
Os agentes que apareceram na área após receberem o alerta não conseguiram disparar um único tiro, mas encurralaram o suspeito e assistiram ao seu suicídio.
As vítimas mortais eram funcionários da Autoridade de Transportes e houve ainda vários feridos que foram transportados para hospitais da região.
Pouco antes de ir ao local de trabalho, o suspeito terá pegado fogo à sua casa em San José, de acordo com uma pista em que a polícia está a trabalhar.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou na quarta-feira que as bandeiras do país fossem hasteadas a meia haste, em homenagem às vítimas do tiroteio e, num comunicado, lamentou ter de tomar essa decisão novamente "apenas algumas semanas após "fuzilamentos em massa em outras partes do país".
Este foi o 15.º assassínio em massa nos Estados Unidos este ano, todos eles tiroteios que custaram pelo menos quatro vidas cada, num total de 87 mortes, de acordo com uma base de dados compilada pela agência Associated Press, pelo jornal USA Today e pela Northeastern University.