População sem-abrigo está concentrada em dois concelhos na Madeira
A maioria das pessoas em situação de sem-abrigo na Madeira encontra-se no Funchal e em Câmara de Lobos, indicou hoje o presidente da Associação de Municípios da região, referindo que a problemática não afeta os restantes nove concelhos do arquipélago.
"Sabemos que o maior número de casos está concentrado no Funchal e Câmara de Lobos, mas isso não impede que qualquer outro município tenha um ou outro caso", disse Ricardo Nascimento, sublinhando que são sempre "situações esporádicas".
O presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM) falava na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais do parlamento regional, no âmbito de uma audição requerida pelo PCP sobre as implicações concretas e eficácia do Plano Regional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (PRIPSSA 2018-2022), face à pandemia de covid-19.
O PRIPSSA agrupa 22 instituições públicas e privadas, incluindo a Associação de Municípios, sob coordenação do Instituto de Segurança Social, e estabeleceu 58 medidas no âmbito da inclusão das pessoas em situação sem-abrigo.
O desenvolvimento do plano foi, no entanto, afetado pela pandemia, tendo já várias entidades referido na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais que se verificou também um aumento do número de pessoas sem-abrigo, particularmente no Funchal e em Câmara de Lobos, concelhos contíguos, na costa sul da ilha.
Ricardo Nascimento, também presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, na zona oeste, esclareceu que o orçamento da AMRAM não contempla qualquer verba para eventuais projetos de apoio à população sem-abrigo, pelo que os custos das intervenções nesta área ficam a cargo dos municípios.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 260 mil habitantes, regista 263 casos ativos de covid-19, num total de 9.400 confirmados desde março de 2020, e 72 óbitos associados à doença.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.487.457 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.022 pessoas dos 846.434 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.