Madeira reduziu emissões de CO2 em 26,5%
Na sua intervenção nas 'Conferências do Ambiente e Acção Climática', que decorrem, esta quarta-feira, dia 26 de Maio, na Gare Marítima Internacional do Funchal, Henrique Rodrigues, director de Serviços de Qualidade do Ambiente da Direcção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (DRAAC) traçou um Inventário Regional de Emissões por Fontes e Remoções por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos (IRERPA).
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A primeira decorre esta quarta-feira, na Gare Marítima Internacional, no Funchal
Estes inventários de emissões são uma obrigação nacional dos países que subscreveram o Protocolo de Quioto e, mais tarde o Acordo de Paris, começou por sublinhar o responsável, salientando que “a Região tem dado o seu contributo no todo nacional desde 2006”.
O Inventário Regional de Emissões por Fontes e Remoções por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos é um instrumento que permite, então, à Madeira controlar as suas metas a nível ambiental e determinar prioridades de investimento e de intervenção, na trajetória para a neutralidade carbónica.
Este documento, cujos dados têm como referência o ano de 2018, engloba diversos sectores: Energia; Processos Industriais e Uso de Produtos; Agricultura; Alteração do Uso do Solo e Florestas e Resíduos.
De acordo com o IRERPA, em termos globais, a Região emitiu 1.2 milhões de toneladas de Co2 em 2018, o que se traduz numa redução de 26,5% (o que representa 1,9% das emissões de CO2 do país). Tal significa que, na RAM, a tendência de redução de emissão de GEE estão de acordo com os objectivos do acordo de Paris.
Analisando os diversos sectores, em relação à produção de energia, os gases do efeito estufa (GEE) representam cerca de 94% das emissões da Região, sendo os transportes aqueles que mais contribuem para a poluição atmosférica, com 42,2% das emissões em 2018.
No que toca aos Processos Industriais e Uso de Produtos verificou-se uma redução da emissão de GEE de 34,3% entre 2005 e 2018, a contrastar com uma pequena subida de 15% nos últimos dois anos em apreço.
De destacar uma redução da emissão da GEE no sector da Agricultura, entre 2005 e 2018 (43,7%). Isto deve-se a vários factores, observa Henrique Rodrigues, tais como a redução da queima de resíduos agrícola ou a gestão mais eficiente de estrume.
O Uso do Solo e Florestas e Resíduos é o sector “mais complicado”, frisa o director de Serviços de Qualidade do Ambiente da DRAAC, porque é o sector que funciona, simultaneamente, como sumidouro e como emissor.
Os dados são conta de que fenómenos como os incêndios de 2010, têm um enorme impacto na emissão de gases estufa (ultrapassaram um milhão de toneladas em 2010).
Também no sector dos resíduos verificou-se uma “evolução muito grande” nos últimos 28 anos, com uma redução de 44,2% entre 2005 e 2018, afirmou Henrique Rodrigues.
De referir que o IRERPA, produzido no contexto da criação do Sistema Regional de Inventário de Emissões por Fontes e Remoção por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos - SRIERPA, foi concretizado no âmbito de um projecto Financiado pelo Programa de Cooperação Territorial Interreg V-A Madeira-Açores-Canárias 2014-2020, Projecto MAC-CLIMA (MAC/3.5b/254). e pode ser consultado no site da DRAAC: