PR de Cabo Verde reclama acesso "equitativo e rápido" de África às vacinas contra a covid-19
O Presidente cabo-verdiano defendeu hoje um "acesso universal, equitativo e rápido" de África às vacinas contra a covid-19, equipamentos de proteção individual e produtos médicos, além do "perdão ou alívio" da dívida externa do continente.
Na mensagem a propósito do dia de África, que se assinala hoje, o chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, augurou, para que se cumpram esses objectivos, "que os países africanos continuem a trabalhar, conjuntamente, para que nenhum país seja deixado para trás, no que respeita à imunização da sua população e à retoma da economia".
Recordou que pelo segundo ano consecutivo, o dia de África é assinalado "em circunstâncias muito especiais", devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, que "inesperadamente e com grande intensidade, veio desestabilizar e desestruturar os padrões essenciais da existência e do funcionamento das sociedades".
"Acentuando ou criando novas formas de precariedade, com elevados custos sociais e económicos para todas as nações, revertendo progressos no desenvolvimento humano e ampliando desigualdades entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, mormente os do nosso continente", afirmou Jorge Carlos Fonseca.
O chefe de Estado acrescentou que desde Março de 2020, tal como acontece em outros continentes, "África tem sido negativamente afectada pelas múltiplas consequências da pandemia da covid-19 em todas as áreas de esforço humano".
Segundo Jorge Carlos Fonseca, os países africanos precisam agir em relação aos impactos socioeconómicos mais vastos da pandemia e alargar a sua acção a outras áreas como os efeitos das calamidades naturais e das alterações climáticas, pobreza e fome endémicas, desemprego, desigualdades sociais, falta de água potável, abrigo e saneamento adequados, bairros de lata urbanos e assentamentos informais, bem como a insegurança alimentar".
O Presidente sublinhou que o dia de África, instituído para assinalar a criação, em 1963, da Organização da Unidade Africana, actualmente União Africana, "além de ser um momento festivo", é de reflexão sobre os desafios que se colocam "e para os quais importa encontrar soluções comuns, eficazes e articuladas, com vista a um desenvolvimento económico e social inclusivo para todos os países e povos africanos".
Afirmou igualmente que "não obstante o agravamento geral da situação económico-social no continente", devido à pandemia, não tem dúvidas "que África está cada vez mais a impulsionar o seu próprio futuro", através da sua visão orientadora para o desenvolvimento, a Agenda 2063 da União Africana, e da Agenda 2030 das Nações Unidas, para o Desenvolvimento Sustentável.
Saudou ainda, como exemplo do caminho para o desenvolvimento no continente, a entrada em vigor Acordo de Comércio Livre Continental Africana, representando um dos maiores mercados do mundo, "com potencial para impulsionar a integração regional, o crescimento económico, gerar empregos, aliviar a pobreza e levar a sociedades mais estáveis e pacíficas".