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Comissão de Trabalhadores do INE pede que carreiras sejam valorizadas

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A comissão de trabalhadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) considerou hoje que é necessário a valorização das carreiras dos funcionários que integram a instituição, apelando para a intervenção do Governo e do parlamento.

Em comunicado divulgado a propósito do 86.º aniversário do INE, comemorado este domingo, a comissão de trabalhadores (CT) considerou que permanecem "sem resolução à vista" os problemas relacionados com as careiras dos trabalhadores, apelando para que o Conselho Diretivo do INE, o Governo e o parlamento tomem medidas.

Segundo a CT, depois de mais de um ano em que os funcionários do instituto não se pouparam "a esforços para assegurar o pleno cumprimento da missão e dos objetivos do INE, colocando inclusivamente, caso necessário, os seus próprios recursos ao serviço da organização, não raras vezes, com enorme sacrifício pessoal e das suas famílias", esse esforço não foi "devidamente reconhecido pelas entidades que tutelam o INE" e o seu trabalho continua sem ser valorizado.

Segundo a CT do INE, mais de 60% dos assistentes técnicos "não têm, nem terão, qualquer valorização remuneratória até ao final da sua carreira, uma vez que - considera - foram "privados do 'direito à carreira'".

Quanto aos técnicos superiores especialistas em estatística, estima que mais de 70% "apenas voltarão a ter uma alteração de posição remuneratória em 2025 (volvidos 10 anos da transição para a carreira especial)", já que estes "foram 'espoliados' dos pontos acumulados no âmbito do SIADAP [sistema de avaliação dos dirigentes da administração pública] entre 2009 e 2015".

A CT do INE fala ainda em dificuldades de recrutamento de novos trabalhadores, assim como em dificuldade de permanência dos existentes, e considera que, "nos próximos 15 anos, o INE corre o risco de ver sair para a aposentação mais de metade do total de trabalhadores de que dispunha em 2019".

A CT apela para que todos os trabalhadores enviem e-mails ao presidente do INE, Francisco de Lima, à Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e aos grupos parlamentares e deputados a alertar para os problemas com que se confrontam.

No fim de 2020, segundo o relatório e contas, o INE tinha em efetividade de funções 602 trabalhadores.