Madeira

Terreno com 190 mil metros quadrados sem solução no Porto Santo desde 2013

Sociedade estatal que 'herdou' os créditos insolventes do ex-BPN tenta vender o maior lote, com 41 parcelas. Deverá ser colocado no mercado por um valor inferior a 20 milhões de euros.

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A notícia avançada pelo Jornal Económico explica que há um enorme terreno no Porto Santo, com 189.340 metros quadrados, que é propriedade da 'Parvalorem', uma sociedade estatal que é detida a 100% pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, do Ministério das Finanças, criada precisamente para gerir os activos 'tóxicos' do ex-BPN.

Com potencial superior a 95 mil metros quadrados para construções turísticas e uma frente atlântica de 700 metros de praia, o terreno na Ilha Dourada que pertencia à sociedade Calor Real - de que foram accionistas Sílvio Santos (financiou-se em 100 milhões de euros no Banif para projectos que não se concretizaram) e Joaquim Coimbra - está nas 'mãos' do estado desde 2013.

Segundo o Jornal Económico, a 'Parvalorem' requereu a insolvência da referida sociedade por dívidas ao ex-BPN no montante de 30,9 milhões de euros que, acrescidas de outras parcelas, elevaram o valor em dívida para cerca de 37,6 milhões de euros. A estas contas somam-se cerca de 1,2 milhões de euros de dívidas fiscais reclamadas pelo Estado.

Sabe-se que até à data apenas foram alienadas algumas parcelas de terrenos destinadas a usos turísticos, ficando a maior parte sem uso, escreve o mesmo jornal, adiantando que ficou por vender o maior lote constituído por 41 parcelas. Esse mesmo lote deverá ser colocado à venda no mercado por um valor inferior a 20 milhões de euros.

Pedro Calado foi contacto pelo Económico, mas o vice-presidente do Governo Regional da Madeira limitou-se a dizer que está em causa um "investimento privado", justificação também apresentada pelo secretário regional da Economia, Rui Barreto.

Fontes ligadas à 'Parvalorem' dizem não estar surpreendidas com o impasse em torno destes terrenos, alegando que a sociedade estatal continua a não ter soluções para gerir a carteira que 'herdou' do ex-BPN.