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EUA exigem libertação imediata de jornalista bielorrusso detido após desvio de avião

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Os Estados Unidos exigiram no domingo a libertação imediata do jornalista bielorrusso Roman Protasevich, detido em Minsk depois de o avião comercial em que seguia ter sido desviado à força da rota entre Atenas e Vílnius.

O secretário de Estado Antony Blinken afirmou, em comunicado, que "este ato chocante levado a cabo pelo regime de Lukashenko ameaçou as vidas de mais de 120 passageiros, incluindo cidadãos norte-americanos".

"Estamos a coordenar de perto a nossa resposta com os nossos parceiros, incluindo a União Europeia (UE) e as autoridades da Lituânia e da Grécia. Dadas as indicações de que a aterragem forçada se baseou em falsas premissas, apoiamos uma reunião na data mais rápida possível do Conselho da Organização Internacional da Aviação Civil para rever os acontecimentos", acrescentou Blinken.

O secretário de Estado dos Estados Unidos da América realçou que "os meios de comunicação social independentes são um pilar essencial do Estado de Direito e uma componente vital de uma sociedade democrática".

"Estamos do lado do povo bielorrusso nas suas aspirações por um futuro livre, democrático e próspero e apoiamos a reivindicação para que o regime respeite os direitos humanos as liberdades fundamentais", pode ler-se no comunicado.

O jornalista bielorrusso de 26 anos Roman Protasevich, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou na principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vílnius e acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a um suposto aviso de bomba.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou "totalmente inaceitável" a aterragem forçada em Minsk do avião da Ryanair e sublinhou que "qualquer violação das regras de transporte aéreo internacional deve ter consequências".

Por seu lado, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, defendeu que o Conselho Europeu deve decidir, na reunião de hoje, sanções à Bielorrússia, incluindo a proibição de a companhia Belavia aterrar em aeroportos da UE.

Entretanto, os presidentes de comissões parlamentares dos negócios estrangeiros de oito países (Alemanha, República Checa, Irlanda, Reino Unido, Letónia, Lituânia, Polónia e Estados Unidos) emitiram um comunicado conjunto a condenar "a ameaça de violência usada contra um avião civil no espaço aéreo bielorrusso", classificando o ato como "terrorismo de Estado" que colocou passageiros e tripulantes em perigo.

Na declaração conjunta, os presidentes das comissões parlamentares pedem à NATO e à UE sanções, nomeadamente a proibição de todos os voos sobre a Bielorrússia, incluindo voos de e para o país presidido por Alexander Lukashenko.

"Este ato de terrorismo de Estado e de rapto é uma ameaça para todos os que viajam na Europa e para outros países", lê-se no comunicado.

Os parlamentares pedem ainda a suspensão da possibilidade de usar a Interpol e outras organizações para atacar a democracia.