Empresários devem ser recompensados pelas perdas relacionadas com as restrições
Pedro Coelho considera as medidas necessárias. Miguel Silva Gouveia concorda, mas pensa que deviam ser ‘harmonizadas’.
Os comentadores do ‘Debate da Semana’ da TSF-Madeira tranquilizam os madeirenses relativamente à chegada de turistas à região, mas discordam na aplicação de medidas de contenção, achando que são, por um lado, necessárias e, por outro, díspares.
Miguel Silva Gouveia, presidente da Câmara Municipal do Funchal, explica que não é a testagem na origem que garante a segurança da operação de Verão: “Sabemos que um teste negativo na origem não significa que a pessoa não chegue cá e esteja positiva”.
Contudo, “a vacina efectivamente protege”, tanto que “conseguimos o feito de ninguém ter falecido de covid-19 depois de ser vacinado e esta é a mensagem que importa transmitir para dar serenidade à população.”
Pedro Coelho, presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, concorda: “Nos nossos principais mercados emissores, o Reino Unido e a Alemanha, a taxa de vacinação é superior e, portanto, o risco também vai diminuindo."
Por outro lado, alerta que “é preciso ter a consciência que nós ainda vivemos numa pandemia. O problema não morreu.” Desta forma, importa que continuem a ser impostas e cumpridas medidas de restrição e segurança.
Embora note que, em Câmara de Lobos, os empresários que mais sofreram com a pandemia são os da restauração, “tem de haver bom senso, tem de haver regras”, até porque “o Governo tem feito a gestão da pandemia de uma forma correcta.”
Estas regras têm de ser cumpridas, pelo que aponta o dedo a outras autarquias, onde atesta que tal não se verifica:
Tenho recebido queixas dos empresários da restauração que estão a cumprir a resolução do Conselho de Governo que limita até 50% a ocupação no interior dos estabelecimentos e nas esplanadas. Eles dizem, e eu já vi, que noutros espaços, noutros conselhos, essa regra não está a ser cumprida. Sentem-se prejudicados por estarem a cumprir. Era importante que noutros conselhos fossem também verificada essa regra. Pedro Coelho, presidente da CM Câmara de Lobos
Miguel Silva Gouveia responde que “não tenho visto incumprimentos. Pontualmente pode haver abusos, mas não vejo isso de forma permanente.” Alerta que, “o importante é que haja uma consciência da população, porque está nas mãos deles que se regresse à normalidade.”
A nível das restrições para combate à covid-19 acredita que “tem de haver alguma harmonização, ou então compensar as actividades por estas reduções.”
Não é concebível que os turistas venham num avião todos juntos, sem haver cadeiras vazias, mas depois saiamm do aeroporto e no autocarro para o hotel já só podem ir a 50% da capacidade. Nos museus, um grupo que viaja no mesmo autocarro, não pode entrar na mesma vez no museu. Miguel Silva Gouveia, presidente da CM Funchal
Assim, “é preciso olhar para estes empresários, ver as restrições e o impacto que têm na cadeia de valor de cada uma destas actividades, ver quanto estão a perder e compensá-las por isso.”
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