Albuquerque pede a ministro para "travar greve no SEF" porque ameaça recuperação da Madeira
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, manifestou-se, esta tarde, preocupado com a greve no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), pois pode “tramar toda a recuperação” da economia em geral e do sector do turismo em particular e anunciou que escreveu uma carta ao ministro da Administração Interna no sentido de “travar essa greve”.
Falando na abertura da celebração do Dia do Empresário Madeirense, iniciativa organizada pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) e que decorre no Centro de Congressos (Casino), Albuquerque explicou que a Região está em condições de iniciar a sua recuperação e debelar a crise económica a partir de Outubro mas que a greve do SEF constitui uma ameaça. “A Madeira vai mais uma vez ficar prejudicada”, declarou o governante, que pediu ao ministro para “travar” este protesto laboral e até admitiu a possibilidade de “regionalizar o SEF”.
A pandemia e as suas consequências na economia foi o tema dominante na intervenção do chefe do executivo. Elogiou a “garra” dos empresários madeirenses na reacção “à maior crise da nossa geração”. Explicou que a primeira prioridade do seu Governo foi conter o problema de saúde pública mas que logo depois teve uma intervenção no apoio às empresas, que só não foi maior porque “a Madeira continua a não contar com a solidariedade do Estado”. O facto da Madeira ter as suas contas públicas consolidadas permitiu-lhe contrair um empréstimo de 458 milhões de euros sem o aval do Estado, que permitiu fazer duas coisas: apoio maciço à saúde pública (vacinas, testes) e encaminhar 164 milhões de euros para apoiar as empresas e “permitir que se mantivessem à tona de água e a funcionar”.
Albuquerque descreveu que a Região conta agora com 822 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para relançar a economia, sendo que boa parte será reservada às empresas. Manifestou-se empenhado num regresso à normalidade, mas alertou que a recuperação económica e social depende de “dois pilares essenciais”: estabilidade e confiança.