Papa Francisco critica "padres que abençoam armas"
O Papa Francisco criticou hoje, num encontro com jovens na cidade de Roma, os "padres que abençoam armas" e considerou que a guerra representa a "derrota" da política.
"Quando me perguntam como está a política no mundo, digo para olharem para onde há guerras. Aí está a derrota da política", afirmou o Papa no bairro romano de Trastevere, em resposta a um dos jovens presentes na iniciativa.
Usando uma máscara de proteção contra a covid-19, o Papa Francisco falava na sede da fundação ligada à educação "Scholas Occurrentes", que está presente nos cinco continentes.
Neste encontro, um grupo de jovens estudantes de várias partes do mundo, que participaram na conferência "Sonhando juntos o caminho para um futuro melhor", apresentou as conclusões do encontro, expressando o seu pessimismo sobre o funcionamento atual da política e o seu desejo de promover uma nova forma de política em nome do "bem comum", adianta a agência EFE.
Na resposta, o pontífice argentino considerou que a política constitui a forma de "alcançar a unidade" entre os povos.
"A política que não é capaz de dialogar para evitar uma guerra está derrotada, acabada, perdeu sua vocação para a unidade e a harmonia, também com opiniões diferentes. O debate é a chave da política, os parlamentos são a chave, mas sempre tendo em mente que a unidade é superior ao conflito ", disse.
Neste encontro, o Papa Francisco criticou ainda os padres que "abençoam armas", que classificou como "instrumentos de morte".
"Digo isso com sinceridade, meu coração dói quando vejo alguns padres que abençoam armas, instrumentos de morte", referiu.
A "Scholas Occurrentes", organização internacional criada pelo Papa Francisco em 13 de agosto de 2013, tem como objetivo promover a cultura da paz e do encontro e atualmente está presente em 190 países.